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Alemães se afastam da Igreja por ela não ter credibilidade


por Antonio Dall’Osto
para Settimana News

Na Alemanha, em 2015, houve 182 mil desistências da Igreja, em uma população católica de cerca de 24 milhões. Embora os dados de 2016 indiquem uma queda de 10%, os números são sempre elevados. Apenas a diocese de Essen, situada na região do Ruhr, registrou cerca de 4.000 saídas.

Igrejas cada vez mais vazias

Mas quais são as principais razões que levam tantas pessoas a irem embora todos os anos?

Para conhecê-las, a diocese de Essen promoveu uma pesquisa científica em larga escala, a partir da qual foi possível tirar consequências no plano pastoral. A pesquisa faz parte de um “projeto do futuro” que a diocese pretende desenvolver.

Como primeiro passo, a partir de março a maio de 2017, foi divulgado na internet um questionário convidando as pessoas a expressarem as razões pelas quais abandonam a Igreja ou pelas quais nela permanecem.

Mais de 3.000 pessoas responderam, um resultado definido como surpreendente, afirmou Tobias Faix, professor de teologia em Kassel e diretor do instituto de pesquisa Empirica.

Faix possui uma grande experiência nesse sentido, por ter realizado, nos últimos anos, diversas pesquisas sobre temas relativos à fé e à Igreja.

A pesquisa que a diocese de Essen lhe confiou agora será realizada pelo instituto que ele dirige, junto com a Universidade de Siegen.


O questionário foi respondido por 440 pessoas que haviam abandonado a Igreja. Entre as razões determinantes adotadas, encontram-se: a falta de um vínculo com a Igreja, o imposto sobre as religiões (Kirchensteuer) e “a atitude da Igreja não mais alinhada com os tempos”.

Além disso: a imagem que a Igreja tem da mulher e o celibato, e a “discordância sobre as posições éticas”, incluindo a atitude em relação aos homossexuais.

Um dos entrevistados respondeu: “Não posso aceitar a posição da Igreja sobre os homossexuais, a contracepção e o celibato”. E outro: “A Igreja, na minha opinião, é alheia ao mundo e nunca esteve alinhada com o espírito dos tempos”. E explica que, quando era criança, frequentava regularmente a missa e, depois, pouco a pouco, se afastou, porque muitas coisas lhe pareciam hipócritas.

Outra razão para os abandonos foi o imposto sobre as religiões (Kirchensteuer). Esse imposto – ressalta Faix – “muitas vezes tem um papel no abandono da Igreja, mas não é a única razão”. De fato, nenhum dos entrevistados foi embora para economizar dinheiro. Ao contrário, é a última razão dentro de um processo de afastamento, muitas vezes emotivo e de longa duração.

Faix comenta: é um caminho no qual a pessoa fica cada vez mais decepcionada, afastada, não se sente mais levada a sério. A tudo isso, somam-se também os escândalos. Daí a conclusão: “E eu ainda tenho que investir dinheiro na Igreja? Isso não!”.

Acrescentam-se ainda a “falta de credibilidade”, as decepções pessoais e os escândalos na Igreja.





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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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