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Padre que abençoou bombas atômicas fez mea culpa



Por ocasião da passagem dos 70 anos das duas bombas atômicas que só em um primeiro momento mataram mais de 100 mil japoneses, em Hiroshima e Nagasaki, o papa Francisco disse que “esse evento trágico ainda suscita horror e repulsa”.

Fazer agora esse tipo de discurso é fácil, mas como se comportou a Igreja Católica, principalmente a dos Estados Unidos, sobre a matança de civis durante a Segunda Guerra?

Capelão Zabelka
disse que Igreja

 foi omissa
Em uma entrevista anos depois da guerra, o padre George Zabelka (1915-1992), que abençoou as tripulações e os aviões das bombas atômicas, disse que “nenhum cardeal americano ou bispo se opôs aos ataques aéreos em massa”.

“Silenciar-se em assuntos como este, especialmente no caso de um organismo público, como o conjunto dos bispos americanos, é emitir um selo de aprovação. (...)”

De fato, não há nenhum documento oficial da época da Segunda Guerra da Igreja Católica norte-americana que condene a matança de crianças, mulheres e idosos — os civis.

Zabelka foi capelão do 509º Grupo Composto, que, estacionado na Ilha de Tinian, no Pacífico Sul, serviu de base de bombardeiros B-29. Foi o grupo das bombas atômicas.

Na entrevista, o padre fez um mea culpa: “Muitos desses aviões iam para o Japão com o propósito expresso de matar não uma criança ou um civil, mas de abater centenas de milhares de crianças e civis – e eu não disse nada (...)”.

“Sim, eu sabia que vidas de civis estavam sendo destruídas (...) No entanto, nunca preguei um único sermão contra a morte de civis aos homens que estavam cometendo estes crimes. (...) Fizeram uma lavagem cerebral em mim! Jamais me passou pela cabeça protestar publicamente contra as consequências destes ataques aéreos maciços”.

Zabelka, que se aposentou como tenente-coronel, se tornou pacifista meses depois da explosão das bombas.

Em um artigo com o título “Eu abençoei a bomba atômica”, o capelão contou que, após a guerra, fez uma peregrinação no Japão para pedir perdão aos sobreviventes das bombas.

“Eu estava lá [na guerra] e estava errado”, escreveu. “Sim, a guerra é o inferno [...], e eu cai sob a influência do pai da mentira.”

Em 1973, ele “invadiu” um retiro da Igreja para fazer pregação pacifista. A hierarquia militar o reprimiu por “excesso de zelo”.

Em Hiroshima, bomba matou de imediato 80 mil civis

Com informação de texto de Zabelka e de outras fontes e foto de divulgação.



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