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Fundamentalista é quem leva a sério sua convicção, afirma Calligaris

Título original: Sentidos do fundamentalismo

por Contardo Calligaris para Folha a propósito de
Integrante da Opus Dei critica o ‘fundamentalismo ateu’ brasileiro
Sottomaior responde a Gandra: fundamentalismo ateu é ficção ilógica 

Eis uma (pequena) contribuição ao debate sobre fundamentalismo que se deu, recentemente, na Folha (artigos de Ives Gandra da Silva Martins, 24/11, e Daniel Sottomaior, 8/12; cartas dos leitores Antônio Ilário Felici e Francisco Guimarães, 9/12; coluna de Hélio Schwartsman, 10/12).

Fundamentalista é, antes de mais nada, quem leva a sério sua convicção e segue à risca os preceitos que derivam dela.

Se você for católico, não se divorciará nem comerá carne na Sexta da Paixão; se for judeu, no sábado, evitará ligar a luz elétrica; se for muçulmano, não tomará álcool e, caso seja mulher, circulará de véu fora de casa; se for ateu, não invocará a misericórdia divina, nem mesmo em momentos de extremo perigo.

Meu pai era convencido de que existem mistérios para os quais qualquer resposta seria desonesta.

Nesse seu agnosticismo, ele era fundamentalista no sentido que acabo de definir. Um dia, quando meu irmão e eu éramos já adultos, ele quis que prometêssemos que, se ele, na agonia, pedisse a assistência de um padre, nós lhe negaríamos esse recurso, considerando que sua sanidade mental teria se perdido no aperto acovardado da última hora.

Prometemos. Por sorte, ele morreu sem pedir conforto religioso algum. Se ele tivesse pedido, não sei se eu teria mantido minha promessa; à diferença dele, eu não sou fundamentalista: decido e escolho segundo as circunstâncias e não por princípio.

Mesmo assim, tenho respeito, se não simpatia, por esse tipo de fundamentalismo. E acho que todos deveriam poder levar (e viver) suas convicções a sério, se assim quiserem -claro, nos limites básicos impostos pelos códigos Penal e Civil, que regem a convivência social.

Mas tenho pressa de chegar ao outro sentido, pelo qual fundamentalista é quem exige que os preceitos que derivam de suas convicções ou de sua fé sejam observados por todos -ou mesmo que eles se transformem em lei da sociedade inteira.


Quem diz não saber tudo não pode ser considerado como fundamentalista.
por Rubens Azevedo em dezembro de 2011


Esse tipo de fundamentalista, seja qual for sua convicção, religiosa ou ateia, é animado pela necessidade de converter os outros, a qualquer custo. Em geral, ele acha que a violência de seu espírito "missionário" é um corolário de sua fé e uma prova de sua generosidade: "Forçando o outro a se converter, eu só quero seu bem, mesmo que seja contra a vontade dele".

Com esse tipo de fundamentalista, eu implico, por duas razões.

Primeiro, detesto que alguém esconda sua violência atrás de pretensas boas intenções e não gosto da ideia de que um outro imagine saber o que é "bom" para mim.

Segundo, não acredito que alguém possa querer converter os outros à força por generosidade.

Há duas razões pelas quais, em regra, alguém quer impor as normas de suas convicções aos outros, e ambas são péssimas:

1) Ele precisa que ao menos os outros respeitem essas normas, que ele preza, mas não consegue impor a si mesmo -ou seja, incapaz de obedecer a seus próprios princípios, ele quer validá-los pela obediência forçada dos outros;

2) Ele quer se livrar da inveja que ele sente da vida dos que não respeitam essas mesmas normas (para assinalar a componente de inveja, presente nos moralistas, Alfred Kinsey, o grande sociólogo e sexólogo, dizia que "ninfômana" e "tarado" são os que conseguem ter uma vida sexual mais intensa do que a da gente).

Em suma, os motores de muitos fundamentalismos missionários são a incapacidade de viver à altura dos preceitos pregados e a inveja de quem não respeita esses preceitos.

Por isso, no debate (ou na gritaria) entre homossexuais e evangélicos, por exemplo, nem preciso decidir se gosto mais de Oscar Wilde ou do apóstolo Paulo.

Pois, bem antes e independentemente disso, a oposição relevante é a seguinte: os homossexuais não pretendem que os evangélicos passem todos a transar com parceiros do mesmo sexo ou a frequentar baladas gays, enquanto os evangélicos pretendem que os homossexuais se convertam e renunciem a seu desejo (transformado em "pecado") -ou, no mínimo, que eles sejam impedidos de viver segundo suas próprias disposições e convicções.

Ou seja, para se situar nessa oposição, não é preciso escolher entre as ideias e as práticas das partes, mas entre os que querem regrar a vida de todos segundo seus preceitos e os que preferem que, nos limites da lei, todos possam pensar e agir como quiserem.

Assim sendo, como se diz na roleta, "façam suas apostas".

'Fundamentalismo religioso sempre esteve na ofensiva contra os ateus.'
por Boris Fausto em dezembro de 2010

Fanatismo religioso.       Ateísmo.

Comentários

MBA disse…
...

Sinceramente, não consigo imaginar um "Fundamentalista Ateu". Isso provavelmente é um conceito que pessoas não acostumados com pensamento crítico têm.

Porém, se partirmos do ponto de vista do autor sobre fundamentalismo, não seria qualquer tipo de crítica contra uma crença sem bases (Homeopatia, por exemplo) um forma de Fundamentalismo?

"Eu sou um Fundamentalista Anti-Homeopático"


Argumentos de ateus não tem como finalidade a "conversão", mas sim revelar falácias e tentar mostrar o porquê da base do argumento crente ser falacioso. Eles infelizmente não entendem isso, e continuam em seu raciocínio cíclico de que "o livro está certo porque o Senhor quis que esteja certo, portanto o Senhor deve existir".

Pra qualquer ateu, isso não faz o menor sentido, de fato, pra ninguém deveria fazer sentido, pela própria lógica.
Ateu Consciente disse…
O cara bate na mesma tecla já refutada pelo o Daniel Sottomaior, ateísmo não tem fundamentos, convicções não são fundamentos, são ideias que movem alguém a ser algo e não um grupo baseado em ideias pré-estabelecidas e imutáveis(doutrinas e fundamentos religiosos). ideias mudam, a bíblia não.
Avelino Bego disse…
A ideia de um deus (desculpem cristãos/evangélicos, mas existem lendas de outros deuses que não a lenda que vocês gostam), cientificamente falando, é inútil.

Não posso afirmar que um deus NÃO possa existir.

Mas a ideia de um deus é tão fracamente apoiada, com tantas falácias, que ela me é inútil.

Crer num deus com as justificativas que a milênios são usadas beiram a infantilidade.
Senhora Crente disse…
Paulo Lopes mudou a foto dele. A outra continha sugestões maçônicas!
Mas, ainda tem uma coisa: nos templos da maçonaria, a entrada fica no ocidente e o altar, no oriente. O Mestre fica no altar.
Mesmo mudando a foto, Paulo Lopes se apresenta no oriente da página do blog, SUGERINDO QUE ELE É UM MESTRE MAÇON.
Bia Alencar disse…
Bom texto, bastante reflexivo.
Anônimo disse…
@Maiko

'Fundamentalismo ateu' existe sim, da mesma forma que temos religiosos querendo e tentando forçar o seu ponto de vista nos outros também existem ateus que tentam forçar suas opniões como 'corretas' ou 'mais verdadeiras' aos outros. É uma coisa idiota como convencer um palmeirense que o corinthians é melhor ou vice versa.

Por mais que o seu ponto de vista seja o melhor para você isso não siginifica que é para o outro; pessoalmente eu não vejo mal em ter ou não uma crença DESDE QUE se respeite a (des)crença dos outros e que essas convicções não afetem a vida dos outros.
Péssimo exemplo de fundamentalismo são os políticos evangélicos que querem criar leis baseados em suas crenças pessoais beneficiando os de crença semelhante e não no que seria melhor para as pessoas como um todo.
Outro exemplo que eu poderia citar embora eu não saiba exatemente de onde surgiu ou se é realmente verídico é o de algumas pessoas quererem mudar o nome de cidades/estados brasileiros por serem nomes de santos (!!) e sendo o Brasil laico não deveriamos ter cidades/estados com nomes ligados a religião .... isso também seria fundamentalismo, e muito idiota diga-se de passagem.

eu concordo plenamente com o autor do texto, o que é prejudicial é o 'fanatismo' e a imposição das vontades de uns sobre os outros em questões pessoais somente para encaixar as pessoas naquilo que eles supõem ser o melhor.

Isaac
Yuri disse…
Desde quando maçons são ateus? Eu ein? A Senhora Crente anda fumando muitas dorgas ou é apenas ignorância mesmo.
Avelino Bego disse…
Senhora Crente disse...
Paulo Lopes mudou a foto dele. A outra continha sugestões maçônicas!
Mas, ainda tem uma coisa: nos templos da maçonaria, a entrada fica no ocidente e o altar, no oriente. O Mestre fica no altar.
Mesmo mudando a foto, Paulo Lopes se apresenta no oriente da página do blog, SUGERINDO QUE ELE É UM MESTRE MAÇON.
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Ele é parte da ultra-secreta seita dos Illuminati!
Paulo Lopes disse…
Rs, rs.
Paulo Lopes disse…
A foto mudou porque o Google substituiu o perfil de usuário do Blogger pelo do Google+.
Anônimo disse…
Redefinido palavras e ajustando as necessidades do caso qualquer um escreve uma tese...

Nao existe fundamentalismo ateu.

De fato o autor se assume nao fundamentalista ja que age de acordo as circunstancias, mas pelo jeito que ele definiu fundamentalismo, ele se rege estritamente por essas normas, as de agir de acordo as circunstancias. Portante ele mesmo é fundamentalista... :o

Seria bom rever conceitos, pra que exista fundamentalismo tem que ter um conjunto de dogmas por trás, e no ateísmo nao existe tal coisa, o único que os ateus tem em comum é a nao crença em um deus ou deuses.
MBA disse…
Anônimo das 09:20

Pelo visto, você é uma das pessoas que pensa na (des)crença, e não na base, na motivação dessa crença. Está satisfeito com sua posição filosófica atual, e portanto, é difícil de aceitar coisas que não estão relacionadas com a base de sua crença.

Isso vale tanto pra você, quanto para mim, e quanto pra qualquer pessoa no mundo, seja ateu, religioso, ou cientologista.


O cansaço em ouvir uma pessoa repetir uma falácia lógica tão óbvia cansa, estressa. Esses "Fundamentalistas Ateu" que você cita estão mais na categoria de intolerantes religiosos por motivos óbvios: Não aguentar o uso de falácias tantas e tantas vezes, por diversas pessoas diferentes, que provavelmente leram ou ouviram em algum lugar sobre tal linha de "raciocínio". A reflexão diante de tal caso ou é inexistente, ou é convenientemente influenciada.

Porém, se este "Fundamentalista Ateu" estiver em condições normais, definitivamente ele tentará argumentar com o raciocínio, tentando mostrar que o livro não é verdadeiro, é um conto de fadas. Este é um pensamento crítico.

Por críticas, ninguém tenta convencer, porém, influenciar de forma positiva.

Ex:
Quando um filme ruim recebe críticas, são comentadas as partes consideradas ruins, comentando os problemas, etc. O diretor do filme decide então poder continuar fazendo algo ruim ou aceitar as críticas. A decisão é dele.

Já viu algum crente chegando com matérias científicas bem fundamentadas, citando as vantagens lógicas de sua religião, e deixar por isso? Algo do tipo: "Sendo um *religioso*, você terá vantagens, descontos, um grande clube com piscina e plano de saúde. Você decide, O custo é de apenas 10% do seu salário ao mês."

Diante de tantas vantagens lógicas, até um ateu poderia decidir se tornar um religioso desses, infelizmente, isso não acontece de verdade, e eles tentam empurrar suas irracionalidades, as vezes com ameaças do tipo "se não for com a gente, vai ir pro inferno, por toda a eternidade".
Shiroyasha disse…
Sempre achei que ateismo fosse a não crença em divindades.

fundamentalismo
(fundamental + -ismo)
s. m.
1. [Religião] Doutrina que defende a fidelidade absoluta à interpretação literal dos textos religiosos.
2. Atitude de intransigência ou rigidez na obediência a determinados princípios ou regras.

No próprio sentido da palavra, fundamentalismo, ela si aplica a atitudes extremas em obediência a uma lei ou principio, mas ateísmo não tem regras, é a simples falta de crença em divindades.
Shiroyasha disse…
Senhora Crente disse...

Paulo Lopes mudou a foto dele. A outra continha sugestões maçônicas!
Mas, ainda tem uma coisa: nos templos da maçonaria, a entrada fica no ocidente e o altar, no oriente. O Mestre fica no altar.
Mesmo mudando a foto, Paulo Lopes se apresenta no oriente da página do blog, SUGERINDO QUE ELE É UM MESTRE MAÇON.

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[Ironia mode on] Quando vocês maçons e os illuminatis colocarão em pratica a "nova ordem mundial" ?[ ironia mode off]
Anônimo disse…
@Maike

"Porém, se este "Fundamentalista Ateu" estiver em condições normais, definitivamente ele tentará argumentar com o raciocínio, tentando mostrar que o livro não é verdadeiro, é um conto de fadas. Este é um pensamento crítico."

Como você disse, um fundamentalista vai querer mostrar que ele está certo, a diferença é o modo e os argumentos que eles vão usar para justificar o seu ponto de vista. O fundamentalista religioso vai usar deuses e livros sagrados para embasar seu discurso, um fundamentalista ateu vai usar de racicionio lógico e ciência.
O problema não está no que a pessoa (não) acredita, ou no porque ela (não) acredita etc. mas sim em querer convencer o outro sobre algo de cunho intimo.
Ou no caso restrito dos crentes, se usar de sua crença para exercer poder e influenciar a sociedade como no caso de religião+política.

O fundamentalista independente de sua posição não vai respeitar a (des)crença do outro, afinal 'o outro não pensa como eu portanto ele está errado'.

O exemplo que você deu do filme AO MEU VER ( ou seja é uma opnião minha) não procede se for usado para falar de (des)crença.
Uma pessoa que não vai deixar de 'fazer filmes ruins' só por causa das criticas.
Ninguém vai deixar de ser ateu por causa das 'desvantagens' de ser ateu como 'não ir pro céu', 'não ter as bençãos de deuses' etc porque independente das criticas isso para ele é o certo seja por pura convicção, opnião pessoal ou por estudo... da mesma forma que um crente não vai deixar de acreditar em deuses pela 'desvantagem' de ser crente (crente no sentido de quem crê em algo) como 'ser considerado idiota por acreditar em seres imaginários', 'não saber se realmente existe' etc..........

E lógicamente um crente nunca vai usar uma matéria científica da mesma forma que um ateu não vai usar um 'livro sagrado'.

Isaac
Conspiratus disse…
Shiroyasha disse: "[Ironia mode on] Quando vocês maçons e os illuminatis colocarão em pratica a "nova ordem mundial" ?[ ironia mode off]"

A Nova Ordem Mundial já está em curso!

No livro "GRANDE IRMÃO" ou "1984", de George Orwell, três continentes vivem em estado permanente de guerra. Goldstein, o Vilão-herói da trama comanda uma organização secreta, a Irmandade. Nela, todos devem ler um livro que explica os motivos do estado de guerra permanente.

Segundo o livro da Irmandade, com o advento das máquinas, a produtividade aumentou e criou-se a possibilidade de não haver mais a diferença entre classes baixa, média e alta. Ou seja, criou-se a possibilidade de que a riqueza se generalizasse.

Num mundo onde todos tem o suficiente, maior número de pessoas busca instrução e se predispõe a disputar o Poder. Assim, surge todo tipo de conflitos internos, enfraquecendo a Nação contra ataques externos.

A Solução encontrada pelas elites, na ficção científico-romântica, foi criar o tal estado permanente de guerra, com a finalidade de consumir os recursos excedentes e garantir que muitos tenham pouco e poucos tenham muito. Desta forma, mantém-se a estrutura da sociedade.

No Brasil não temos guerras externas, mas as elites mantém o Tráfico de Drogas e as Religiões Públicas como instrumento de manutenção da "Hierarquia Social". Os aumentos de renda registrados durante o Governo Lula, são devidamente gastos em sistemas privados de segurança, pela classe média, e em dízimos e ofertas, da classe baixa, ao Deus-predador.

A Nova Ordem Mundial é a Velha Ordem, sem o perigo da mudança.
Shiroyasha disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Shiroyasha disse…
Conspiratus, isso que você disse é ironia certo? em nome de Zeus Todo-Poderoso isso tem que ser ironia.
MBA disse…
--- "O problema não está no que a pessoa (não) acredita, ou no porque ela (não) acredita etc. mas sim em querer convencer o outro sobre algo de cunho intimo."

Desculpe-me, mas não consigo imaginar fatos e argumentos com bases sólidas como "convencer". Quando você lê alguma notícia de um acontecimento em algum jornal, por exemplo, sobre um assassinato, ou corrupção de algum político, com a reportagem citando toda a história como ações e reações que o ato causou.

Você está sendo "convencido" que esse pessoa morreu ou que o tal político foi corrupto? Quando você olha os números das contas públicas e vê algo que é definitivamente superfaturado, você é "convencido" de que aquilo é superfaturado?
E se você não se convencer, aquilo deixará de ser verdadeiro então, a pessoa continua viva, e o dinheiro mencionado está ainda em cofres públicos?

O que você acha ou não não vai mudar a realidade.

Ateus se baseiam em argumentos científicos porque estes foram exaustivamente testados e confirmados, e esses testes são tão rigoros que mesmo a "Teoria da Evolução" ainda está no nível de "Teoria", apesar de todas as descobertas científicas a favor disso.

Falar em "convencer" nesse caso é querer se fazer de vítima. Tudo bem se você prefere manter suas crenças baseadas em ignorância, desde que "você e seu grupo" não interfiram na vida das outras pessoas com essas crenças. Isso acontece? Não.

Pessoas ainda tem atacado outros por meros motivos de crenças não confirmadas.




--- "O fundamentalista independente de sua posição não vai respeitar a (des)crença do outro, afinal 'o outro não pensa como eu portanto ele está errado'."

Eis a grande diferença emtre o ateu, baseado na ciência, e o crente, baseado na Era do Bronze.

Recentemente tivemos o caso de neutrinos terem alcançado uma velocidade maior que a da luz. A própria ciência procurou nem provar contra, nem a favor, procurou se certificar de que os dados estariam o mais corretos possíveis. Se for ou não, a verdade seria abraçada por todos.

Consegue imaginar isso de uma religião?

Você falou certo "O outro não pensa como eu", essa mentalidade é praticamente fixa em todas as pessoas, ou seja, a base e motivação de acreditar em tais informações é fixa.

A diferença entre Ciência e Religião, como bases filosóficas é que a Ciência muda, a Religião não.

Argumente contra um ateu que ele falou algo desatualizado, e mostre sua fonte. Se ela tiver boas bases, você acaba de derrubar o argumento de um ateu, e ele ficará até feliz com isso.


Resumindo em uma metáfora, o terreno da casa da ciência pode mudar de lugar a qualquer instante, sem que a pessoa fique longe dessa casa. Ela vê e aceita coisas novas, pois se mantém perto de sua "crença".

O máximo que a religião vai fazer é ficar remendando suas crenças conforme as pessoas notam suas falhas.

E com isso, o pensamento fixo dos ateus se difere do pensamento fixo dos crentes, pois a base de suas filosofias se diferem, onde a dos ateus está em constante mudança e evolução, e a dos crentes está como uma roupa velha muito remendada.
MBA disse…
--- "O exemplo que você deu do filme AO MEU VER ( ou seja é uma opnião minha) não procede se for usado para falar de (des)crença.
Uma pessoa que não vai deixar de 'fazer filmes ruins' só por causa das criticas."
Justamente, a escolha é dele, só espero que ele consiga manter o emprego. Além disso, muitas pessoas (Talvez não crentes), gostam de receber criticas para poder melhorar.

Muitas vezes eu não estou satisfeito com algo relacionado a mim, embora muito disso se deva por limitações externas, há coisas em que eu realmente não noto, que eu faço achando que está ótimo, para depois me deparar com o resultado e não gostar.

Mas sei lá, eu sou auto-crítico, e gosto de críticas alheias. Talvez os crentes não gostem, por acharem que estão tentando "convencê-los"



--- "E lógicamente um crente nunca vai usar uma matéria científica da mesma forma que um ateu não vai usar um 'livro sagrado'."

Olha só as "provas" apresentadas:
RELIGIÃO
- Fala de um monte de caras que viveram mais de 500 anos.
- Fala de cobras falantes
- Fala de chuva de sapos
- Fala de que acima do céu tem água (Só ler gênesis bem)
- Fala de incesto, escravidão, matanças e blá blá blá.
- Fala de um Hippie que é filho de si mesmo, que nasceu pra salvar os homens de um pecado que ele mesmo criou.
- E fala de muito mais coisas (Mas só fala).

CIÊNCIA
- Estuda a medicina, criando todos aqueles remédios que você toma quando passa mal.
- Criou o emissor de elétrons e Diodos emissores de luz, que você provavelmente está abusando neste exato momento em que lê isso aqui. Sim, o seu monitor.
- Criou a imprensa, a mesma que copia esses montes de livros falaciosos em massa para que se espalhem como praga para os "4 cantos" (De acordo com a bíblia e sua Terra plana pelo menos. XD ) do mundo.
- Foi para o espaço, têm descoberto muito sobre o universo e suas origens (A expansão do universo, formação dos planetas, etc).
- A Matemática e Física que possibilitou milhares de coisas que você jamais sequer imaginaria apenas com "fé".


A martirização bíblica parece ter se tornado no maior símbolo de fé dos crentes. Onde mesmo com tudo indicando contra, eles se mantém presos ao falso livro, novamente, em lógica circular, sustentada apenas por essa "ligação de fé". Essa martirização pra mim mais parece Masoquismo, mas cada um com seus gostos, né.

Nada contra Masoquistas. Nada contra mesmo. :|
yami karasu disse…
"E acho que todos deveriam poder levar (e viver) suas convicções a sério, se assim quiserem -claro, nos limites básicos impostos pelos códigos Penal e Civil, que regem a convivência social."

Só q as pessoas fazem associações bestas como:

Estado Laico = Estado Ateu
ciência = ateísmo
terrorista = muçulmano
rock = drogados e satanistas

Se fosse ateu fundamentalista, iríamos explodir o Cristo Redentor (ou fazer q nem os evangélicos q ñ aprovaram a camisa do Corinthians com o desenho do santo São Jorge) ¬¬
Felipe... disse…
Esse post ta mais correto que o outro, minha familia é cristã e sabe que eu sou ateu, e nem por isso me xingam pelo contrario, até falo pra e eles sobre ciência e outros assunto...

enfim esse post é o mais correto.
O Calligaris adotou um sentido bem "elástico" de fundamentalismo para afirmar que ateus podem, a seu modo, ser fundamentalistas.

Nos demais casos (das religiões) ele citou exemplos de pessoas religiosas que mudam algo na sua vida cotidiana por causa da religião (mas nada muito grave) como reflexos de fundamentalismo, como por exemplo, não comer carne em determinados dias ou evitar o divórcio.

Porém na , mas na hora de incluir o ateísmo (ou melhor, uma hipótese de fundamentalismo ateu) o que citar?
Não existe nenhuma prescrição específica do ser ateu, nenhum impedimento a alimentos, nenhum dia sagrado.
Aí, tentou colocar no mesmo plano as convicções pessoais (que todos temos, ateus ou não), como não invocar a misericórdia divina (o que é óbvio, para quem não acredita em Deus...), já que não existe nenhuma situação do cotidiano que especifique influência direta do ateísmo.

Obviamente existem posturas ateístas similares às desenvolvidas pelas religiões no campo da propaganda.

O erro está em comparar grupos utilizando critérios bastante distintos.
Shortcupcake2 disse…
Associar laico não e Estado ateu.Tem de se colocar isso na cabeça das pessoas!
Anônimo disse…
Minha aposta é de que a situação vai piorar muito antes de melhorar. Infiltrados na política, os religiosos poderão impor seu modo de vida pelo poder legislativo (aprovação de leis) para todas as pessoas. Estou seriamente preocupada com isso, e não com debates de existência ou não de fundamentalismo ateu.

Existem chatos com suas ideias que querem converter todo mundo em qualquer corrente de pensamento. Já, por via legal, querer aprovar leis segundo suas crenças, mas que dirão respeito à vida de TODOS, inclusive os não crentes, aí estaremos todos lascados...
Douglas disse…
Sou leigo no assunto, mas acho que tenho um exemplo do que poderia ser considerado um fundamentalismo ateu: impor o Estado Ateu a força, perseguindo todas as religiões, como o que aconteceu na União Soviética.

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