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Condenado por dano moral, arcebispo desafia Justiça a mandar prendê-lo

Grings disse que Justiça
invade 'jurisdição' da igreja
Dom Dadeus Grings (foto), 74, arcebispo de Porto Alegre (RS), disse que não vai acatar a sentença da Justiça que o condenou a pagar R$ 500 mil a uma família por dano moral. A diocese terá de pagar R$ 440 mil, o que dá o total R$ 940 mil.

"Se o judiciário quiser me prender, que o faça", disse.

Entre 1999 e 2000, Grings, então bispo em São João da Boa Vista (SP), escreveu artigos criticando uma família de ter recorrido à Justiça pedindo indenização sobre terras invadidas.

A família decidiu acionar na Justiça também Grings e a arquidiocese, em ação cuja sentença agora anunciada encerra o caso – ou seja, não cabe mais recurso.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31), o arcebispo criticou a Justiça de invadir a “jurisdição” da igreja, de ser conivente com a “indústria do dano moral” e de haver corrupção no sistema jurídico.

"O problema da corrupção no Brasil tem sua base exatamente ali, no Judiciário. Todos sabem disso, mas poucos têm coragem de denunciá-lo. Nossa presidente [Dilma] começou a faxina no Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito mais grave?"

Com informação das agências.

Comentários

Anônimo disse…
Velho desesperado! Merece cadeia mesmo. E vem com hipocrisia de 'corrupção', quer instituição mais corrupta do que a igreja católica?
Israel Chaves disse…
Ficou bravinho por achar que está acima da lei.
Anônimo disse…
Fato interessante: só porque o Poder Judiciário está tomando algumas decisões contrárias aos posicionamentos das religiões, agora resolveram chamá-lo de 'corrupto'. Deprimente!
Eu gostaria de saber mais sobre o processo em si.
Anônimo disse…
Nosssa.... a igreja tá acima da lei!!! Meu Zeus!!!
Cristian Z. R. disse…
Acho que isso não vai dar em nada afinal a igreja pode tudo.
Yuri disse…
“jurisdição” da igreja?
Estamos onde? Idade média?
Lucio Ferro disse…
Duvido que ele vá em cana, sempre tem o gilmar "amigo de bandido rico" mendes ou o primo do collor para dar um jeito.
Avelino Bego disse…
'Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31), o arcebispo criticou a Justiça de invadir a “jurisdição” da igreja, de ser conivente com a “indústria do dano moral” e de haver corrupção no sistema jurídico.'
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Essa mania que ALGUNS religiosos tem de se acharem "a última bolacha do pacote" é o supra-sumo da vaidade.
Anônimo disse…
Mas afinal, do que se trata essa condenação?
Anônimo disse…
Obvio que não vai preso, e não pelos comentários odiosos em relação a gilmar mendes, e sim porque prisão civil só por divida de alimentos.
Paulo Lopes disse…
Segue a íntegra da carta de Grings, com a versão dele do caso. Ele termina dizendo que recorrerá ao "Supremo Tribunal de Jesus Cristo, o Justo Juiz!"

Chegou ao fim mais um capítulo da agressão do Judiciário contra a Igreja Católica. Após 16 anos de tramitação, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou-me, juntamente com a Diocese de S. João da Boa Vista, onde fui Bispo de 1991 a 2000, a pagar uma indenização, por danos morais, no montante de R$ 940.000,00, reforçando o que se chama de “indústria das indenizações”, com bases totalmente arbitrárias e impraticáveis. Volta à mente a questão dos precatórios! Que cidadãos recorram ao Judiciário para dirimir suas questões é de direito, mas que o Judiciário não distinga o certo e do errado, a verdade da falsidade, não tenha critérios objetivos para julgar e, principalmente, não reconheça os limites de sua jurisdição nem siga os Acordos internacionais, põe toda a sociedade em risco. O problema da corrupção no Brasil tem sua base exatamente ali, no Judiciário. Todos sabem disso, nas poucos têm coragem de denunciá-lo! Nossa Presidente começou a faxina no Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito mais grave?

Eis o fato: Na década de 90, no Município de Mogi Guaçu, SP, concluiu-se um clamoroso processo judiciário que, por razões que chamei de falta de lisura, demorou mais de 10 anos. Sob ameaça de intervenção, foi decretada uma indenização milionária, dez vezes acima do real. Diante da calamidade pública, alguns cidadãos recorreram a mim, como Bispo da região. – Lembre-se o provérbio que, diante de problemas insolúveis, se manda queixar-se ao Bispo - Trouxeram-me o volumoso processo, que li estarrecido. Escrevi, em consequência, diversos artigos, fazendo ponderações em defesa do Município. Não agi em causa própria. Em reconhecimento o Município outorgou-me, solenemente, o título de Cidadão. A sociedade aplaudiu minha intervenção. A família envolvida, porém, me entregou pessoalmente, na Igreja da Imaculada, uma carta, declarando-se atingida, mesmo que não a tivesse nomeado. Respondi, em carta particular, reconhecendo ser justo reivindicar o que de direito, mas não dez vezes mais. Tinha em mãos o relatório das dificuldades das negociações. Adverti que seus advogados, com suas invectivas, “não me deixavam a impressão de lisura”. Por esta expressão, nesta carta não publicada, sou condenado a pagar R$ 940.000,00, a título de danos morais. É justo?

Continua
Paulo Lopes disse…
Continuação
Era obrigação minha, de pastor, orientar a referida família e chamar a atenção aos desvios. Ela, pelos vistos, passou a carta aos seus advogados que, a partir de então, começaram a me atacar, tanto por jornais como pelo rádio e televisão, culminando num duplo processo. Chegaram a afirmar que eu poderia ser condenado de dois a três anos de prisão, provocando celeuma entre a população, que, em conseqüência, promoveu um ato público de desagravo em meu favor.. Tive, por isso, que esclarecer a opinião pública.

O judiciário, em nenhum momento, examinou a lisura dos advogados, para ver se a impressão que eu tivera era correta. O judiciário nunca procurou investigar acerca dos ataques que os advogados dirigiram contra mim e as calúnias que proferiram. Se sofreram “danos morais”, foi pelas agressões e pelo processo que eles promoveram contra ao Bispo e a Diocese. Desde o início, o Judiciário se mostrou parcial, em defesa de “sua gente”.

O montante da indenização ultrapassa qualquer bom senso. Vê-se que os Juizes estão desligados da realidade. Os ministros da Igreja católica não recebem salários polpudos, como eles, nem amealham fortunas.

O que, porém, leva a dizer um redondo e sonoro não à sentença condenatória e dar um basta aos desmandos do Judiciário é sua invasão no campo da jurisdição da Igreja. O Judiciário não reconhece seus limites. Em primeiro lugar, os juizes bem sabiam que os querelantes buscavam lucro fácil. Alexandre Jobim classifica a indústria da indenização como “artimanha de algumas pessoas para ganhar dinheiro” E por incrível que pareça, obtêm, com facilidade, o aval do Judiciário. Arrolaram a Diocese para garantir o dinheiro, com o objetivo de arrancá-lo do povo católico. Com isto reconheceram, publicamente, que estavam invadindo a missão específica da Igreja e não de um cidadão particular. O Judiciário se joga, pois, diretamente contra a Igreja. Contraria frontalmente sua missão profética de se pronunciar sobre questões de ordem social e moral.. Na verdade o Judiciário quer silenciar a Voz da Igreja frente ao bem comum, como tenta com a imprensa, para acobertar a corrupção no país.

Continua
Paulo Lopes disse…
Continuação
Em segundo lugar, os juizes acintosamente não respeitaram o Acordo entre a Santa Sé e o Brasil, assinado solenemente em Roma, no dia 13 de novembro de 2008, já ratificado pelo Congresso nacional. Trata-se de um acordo internacional, de respeito mútuo das competências. Não pode ser desrespeitado impunemente.

Não posso, por coerência e dever de consciência, acatar esta sentença inválida e desrespeitosa porque contrária aos requisitos do direito nacional e internacional, como intromissão – e não é a primeira – nos assuntos internos e na competência da Igreja. Estou disposto a dar a vida por esta causa.. Se me quiserem prender – conforme o Advogado querelante há 14 anos preconizava, - estou às ordens. Só assim o mundo saberá quanto nosso Judiciário é corrupto e arbitrário.

Diante da gravidade do assunto escreverei nova cartilha para apontar as mazelas do Judiciário e assim colaborar na sua urgente reforma. Ou o Brasil muda o Judiciário ou o Judiciário acaba corrompendo o Brasil. Parafraseando S. Gregório VII, posso dizer: “porque amei a justiça e odiei a corrupção, fui condenado pelo Judiciário brasileiro”. Deus nos proteja e guarde!

Apelo para o Supremo Tribunal de Jesus Cristo, o Justo Juiz!

Dom Dadeus Grings

Fim
Anônimo disse…
A maioria dos comentários é tendenciosa, provavelmente avinda de pseudo-protestantes-agnósticos-ateus-pagãos-judeus. Antes de questionar, deveriam estudar mais a fundo o caso.

TEMPLÁRIO
Anônimo disse…
Tem gente com ciúme... Esse bispo tem culhões... Poucos homens e mulheres são assim. Que o judiciário está podre nós sabemos... Mas dizer publicamente? Tem que ser muito homem!!! Parabéns ao bispo!!!
SATANÁS disse…
padre,pastor, o que seja merece é a cadeia mesmo!! velho podre e ridículo!!! detesto igreja!!!!
Douglas disse…
Não sei, realmente, os detalhes do caso, e não me interessa no momento. Mas vale atentar para a tentativa do bispo em fazer parecer que a Igreja tem função estatal. A igreja NÃO TEM JURISDIÇÃO PERANTE O ESTADO. Está submetida a ele, e assim deve ser.
Anônimo disse…
Por que ainda não puseram esse cachorro na corrente, que é o lugar dele? Por que ainda está latindo?

Lugar de cachorro é no canil!
Que o bispo obviamente meteu o bedelho onde não deveria, dada a separação entre Estado e Igreja, isso é claro nos termos de sua própria carta, pois fica parecendo que ele tentou utilizar a sua condição de bispo para mudar o resultado de um julgamento. Porém, na qualidade de cidadão (que ele não deixa de ser) ele tinha o direito de ter uma opinião e até mesmo de interceder uma petição chamada de "amicus curiae" (que no Brasil é muitas vezes ignorada).

Que existe muita gente que se locupleta às custas de indenizações milionárias (especialmente em casos de desapropriação por utilidade pública) isso é óbvio e ululante. Mas também é óbvio que muitas vezes as prefeituras desapropriam sem necessidade e que muitos bens possuem valor sentimental, difícil de avaliar.

Por essa razão, a não ser pelo comentário de que o Bispo parece, em suas próprias palavras, ter querido fazer a Igreja interferir no funcionamento do Estado, prefiro não comentar o caso, por falta de informações.
Cognite Tute disse…
“jurisdição” da igreja?
Estamos onde? Idade média? (2)

Cognite Tute
Anônimo disse…
O Bispo é que inverteu a ordem dos fatos: meteu o seu bedelho em coisas afetas ao Estado e à Justiça. Como perdeu, ele sim, calunia e ofende os que submeteram o caso ao exame do Poder Judiciário, este sim, constitucionalmente competente para julgar e atuar republicanamente. SUJEITE-SE, BISPO!

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