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Ensino religioso é armadilha para catequizar, diz antropóloga


O ensino religioso é uma armadilha que submete as crianças das escolas públicas ao proselitismo católico, à catequização, afirmou a antropólogo Debora Diniz (foto), da Universidade de Brasília. Ela é autora do livro “Laicidade e Ensino Religioso no Brasil”.

Debora Diniz
Débora afirma que
 na prática o que
 há é proselitismo
Ela disse que, pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases), o ensino religioso deveria ser facultativo e contemplar a diversidade de crenças existente no Brasil, mas não é o que ocorre na prática, com exceção das escolas do Estado de São Paulo.
Debora falou que as crianças são expostas ao constrangimento de ter de informar ao professor de religião a sua crença ou descrença. “[Isso] deveria ser matéria de ética privada”, disse em entrevista à Istoé.

O pior, segundo ela, é que as crianças sem crença talvez tenham de explicar ao professor, na classe, diante de colegas, por que "não tem Deus", e acabam tendo de estudar livros com mensagens religiosas.

“O proselitismo é um direito das reli­giões. Mas isso pode ocorrer na escola pública?”, perguntou. “A LDB diz que não.”

A antropóloga afirmou que o acordo assinado entre o Vaticano e o Brasil, no Governo Lula, tenta consolidar a imposição do catolicismo no ensino religioso. Esse acordo, disse, é uma ameaça à liberdade religiosa.

Afirmou que nas escolas públicas paulistas o ensino religioso é ministrado pela perspectiva da história, filosofia e sociologia, diferentemente do que ocorre no Rio, que tem servido de referência a outros Estados.

“Quase todos os Estados se apropriam do que aconteceu no Rio, nominando as religiões dos professores. No Ceará, por exemplo, o professor tem de ter formação em escolas teológicas. Mas religiões afro-brasileiras não têm a composição de uma teologia formal. Essa exigência privilegia os católicos e os protestantes.”

A orientação do ensino religioso nas escolas do Rio está sendo contestada no STF (Supremo Tribunal Federal), lembrou Débora.

O que o Supremo decidir valerá para todos os Estados.



Com informação e foto da Istoé.

'O respeito aos outros não pode ser amparado em divindade.'

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