Pular para o conteúdo principal

‘Deus nos livre de um Brasil evangélico’, escreve pastor


pastor Ricardo Godim
Gondim é
 pastor da 
Igreja Betesda
O pastor Ricardo Gondim (foto), 54, da Igreja Betesda, escreveu em seu blog que precisou refletir por 15 anos para tomar coragem de modo a  expressar, agora, o seu temor de que o Brasil se torne “crente”, que é o sonho, disse, do “subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como movimento evangélico”.

Ele observou que o puritanismo de um Brasil evangélico teria um efeito devastador na cultura do país. “Como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu?”

Afirmou que não gosta de sequer pensar o destino que teriam poesias sensuais como a "Tatuagem", de Chico, e "Carinhoso", de Pixinguinha. “Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?

Para ele, “uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?”

Ele escreveu que no Brasil evangélico não haveria folclore. “Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceriam quando?”

De acordo com o pastor, a devastação não se restringiria à cultura e à literatura brasileira.

“Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português. Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.”

Continuou: “Um Brasil evangélico significaria o triunfo do american way of life, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.”

Mais: “Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista”.

"Deus nos livre de um Brasil evangélico", escreveu.

Em 2000, de acordo com o censo do IBGE daquele ano, o Brasil tinha 26,2 milhões de evangélicos, representando 15,4% da população. O Censo de 2010 vai mostrar que de lá para cá houve um grande avanço nesse índice, podendo chegar a 30%;



Com informação do blog do pastor Ricardo Gondim.

Alunos evangélicos se recusam a fazer trabalho de cultura africana

Neopentecostais querem assumir o poder do Brasil, afirma pastor


Ricardo Gondim     Religião contra religião 

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Cartunista Laerte anuncia que agora não é homem nem mulher

Música gravada pelo papa Francisco tem acordes de rock progressivo. Ouça

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento