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Na Floresta do Carajá, o equilíbrio ecológico depende de pelos menos 60% das espécies

Um estudo de pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV) mostra que 83% das espécies da Floresta Nacional de Carajás, no Pará, precisam ser preservadas para manter sua resiliência, ou seja, sua capacidade de continuar funcionando mesmo com eventuais perdas.

Entre as plantas, 42% das espécies são utilizadas por comunidades tradicionais da região, com registros de até quatro usos diferentes por espécie. 

A floresta ainda oferece serviços como polinização agrícola — beneficiando 13 das 20 culturas locais, como cacau, maracujá e açaí — e regulação do clima. 

A floresta resiliente tem capacidade de reduzir em até 0,4 °C a temperatura local e aumentar em 21% a evapotranspiração — processo essencial ao ciclo da água, que abrange tanto a evaporação de água do solo e a transpiração das plantas.das funções


Os pesquisadores
consideraram
elementos como
riqueza de espécies,
interação entre elas,
resiliência,
singularidade e
presença de espécies
ameaçadas. Já os
serviços incluíram
polinização agrícola,
regulação do clima,
proteção hídrica,
uso por comunidades
tradicionais e estoque
de carbono.

O estudo também mostra que 60% das espécies são insubstituíveis para a manutenção das funções ecológicas da floresta. A ausência dessas espécies comprometeria de forma irreversível o ambiente, já que nenhuma outra espécie ou tecnologia poderia assumir seus papéis. 

As conclusões foram publicadas na revista Ecosystem Services na sexta (30), em artigo que apresenta um modelo para avaliar o capital natural com base na importância de cada espécie para a natureza e para as populações humanas.

O artigo é fruto do projeto “Capital Natural das Florestas de Carajás”, realizado pelo Instituto Tecnológico Vale entre 2019 e 2023. 

A iniciativa se baseou em coletas de campo em 14 pontos da floresta. As métricas foram divididas em duas categorias: “natureza para si mesma”, que mensurou as funções ecossistêmicas, ou seja, o papel de cada espécie para a manutenção da floresta; e “natureza para as pessoas”, que analisou os benefícios do ecossistema para as populações humanas. 

Foram registradas no local 467 espécies de animais e 418 de plantas. Destas, 11% das aves e 9% das plantas estão ameaçadas.

O trabalho propõe atribuir valor da natureza preservada sem se limitar a valores monetários, buscando entender quais são os ativos mais importantes do capital natural para manter a floresta viva, saudável e funcionando plenamente. 

“Quando você transforma a natureza em dinheiro, você tem uma sustentabilidade fraca, porque você desconsidera que alguns elementos são insubstituíveis”, afirma Tereza Cristina Giannini, pesquisadora do ITV e coautora do artigo. 

A polinização agrícola foi o único fator medido em valores monetários, estimado em US$ 4,5 milhões por ano (cerca de R$ 23,3 milhões, na cotação atual) considerando os valores de mercado das culturas produzidas no entorno.

Segundo a pesquisadora, o modelo permite que tomadores de decisão, como empresas, governos e comunidades locais, compreendam melhor o que está em jogo ao explorar ou proteger áreas naturais. 

“O valor da floresta é subjetivo e plural. Para um ribeirinho pode ser algo completamente diferente do que para quem está na cidade. Com essa abordagem, se ganha essa nuance do que é de fato valioso para as pessoas em termos da natureza”, frisa Giannini. 

Complementando o artigo, os resultados do trabalho também estão disponíveis em um livro e em uma série de dez episódios do podcast Capital Natural, desenvolvidos pelos pesquisadores do ITV em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Vale S.A.

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