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Conservação de vegetação nativa é fundamental para combate às mudanças climáticas

É preciso proibir o plantio de florestas de pinus ou eucaliptos e de outras espécies exóticas, afirmam pesquisadores


Agência Bori

A mitigação do impacto das mudanças climáticas na perda de biodiversidade passa por adotar medidas que preservem a vegetação e o solo nativos, já que eles são responsáveis por estocar carbono. 

Seria preciso evitar a fragmentação desses ambientes e realizar a correta recuperação de áreas degradadas. 

É o que dizem pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Conhecimento em Biodiversidade, em parceria com colegas de instituições estrangeiras, em reflexão publicada na revista científica “BioScience” nesta quinta (23).

Dentre as principais recomendações dos especialistas, estão a coibição do plantio de florestas baseadas em espécies exóticas, como pinus ou eucalipto, e a promoção de um uso mais consciente da terra para atividades agrícolas, o que evitaria a expansão de áreas de cultivo.


Os pesquisadores elencam
seis pontos-chave para
mitigar as mudanças
 climáticas
1) a conservação
de estoques e sumidouros
de carbono, 2) a restauração
 adequada de áreas degradadas,
 3) a conservação integrada
de fauna e flora locais, 
4) o investimento em mais
produtividade agrícola em
vez da devastação de novas
 áreas naturais para cultivo,
5) a incorporação de medidas
práticas para sustentabilidade
por empresas e instituições
financeiras e 6) a colaboração
entre especialistas para alinhar
políticas e ações necessárias
aos desafios ambientais. 


Esse último ponto poderia ser feito por meio da união das Conferências das Nações Unidas (COPs) sobre Biodiversidade e Clima, que atualmente têm calendários distintos de realização.

A substituição de ecossistemas originais por florestas plantadas, por exemplo, pode aumentar as emissões de gases causadores do efeito estufa. 

Isso acontece porque o processo de tirar a vegetação original deixa o solo exposto, o que faz com que ele libere mais carbono. Por consequência, isso pode ampliar o impacto dos eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. 

Os autores alertam: “ao introduzirmos um número limitado de espécies não nativas em uma determinada região, podemos, inadvertidamente, destruir a funcionalidade ecológica do ambiente, o que pode refletir na capacidade de fornecer nascentes de água, manter polinizadores para agricultura, controlar a umidade e o clima e influenciar o regime de chuvas”.

Em áreas como a Amazônia, os cientistas enfatizam a prioridade absoluta de parar o desmatamento e a degradação da floresta remanescente — e avaliam que a restauração só se tornará prioridade depois destes objetivos serem alcançados. 

“Para o Brasil, a mensagem seria a necessidade de elevar muito a prioridade de áreas desmatadas. Apesar de discurso do governo, elas ainda não são tão prioritárias quanto áreas com grandes impactos ambientais de mineração ou energia, agricultura e infraestrutura de transportes”, avalia o pesquisador do Inpa Philip Fearnside, um dos autores do artigo.

Os pesquisadores também recomendam aos formuladores de políticas públicas que não aprovem projetos de lei que descaracterizem as áreas de proteção e promovam a expansão de áreas agrícolas. 

“O Brasil precisa largar de planos de extrair petróleo até a foz do rio Amazonas, de abrir vastas áreas de floresta com rodovias como a BR-319 e AM 366, de legalizar reivindicações de posses em terras públicas, de subsidiar pastagem e soja e de construir mais barragens amazônicas”, conclui Fearnside.

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