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Plástico contamina sete em cada dez tainhas no litoral sul de São Paulo, constata pesquisa

Pequisa aponta as redes de microfibra de nylon dos pescadores como a causa da contaminação, que é prejudicial à saúde humana.


O plástico representa uma ameaça crescente para a saúde dos ecossistemas marinhos e dos seres humanos. 

Uma pesquisa do Instituto Federal do Paraná (IFPR) mostrou que sete em cada dez tainhas pescados no litoral sul do estado de São Paulo têm resíduos de plásticos em seu trato digestório. O alerta está em artigo publicado na segunda (8), na revista científica “Biodiversidade Brasileira”.

Segundo o artigo, o organismo humano pode absorver substâncias químicas dos plásticos, potencialmente tóxicas, pelo consumo de peixes contaminados. Algumas dessas substâncias estão, inclusive, associadas ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de danos neurológicos.

A tainha é um peixe muito presente no litoral brasileiro e comum na alimentação humana. Para investigar a ingestão de fragmentos plásticos por esses animais, os pesquisadores analisaram 57 tainhas coletadas do Complexo Estuarino Lagunar de Cananeia, área de conservação ambiental no litoral sul de São Paulo. 

Os peixes foram obtidos por meio de quatro coletas, que ocorreram entre os anos de 2016 e 2018, com o auxílio de pescadores locais.

Gislaine Filla, coautora do estudo, explica que a maior parte do plástico não é reciclado e seu descarte impróprio acaba contaminando o meio ambiente.

“A ação da água e o atrito no solo acabam transformando o plástico em partículas pequenas que não são visíveis a olho nu, mas estão lá”.

Neste estudo, a pesca se mostrou como provável fonte da contaminação dos peixes. Essa atividade é muito presente na região litorânea da Cananeia e está relacionada à subsistência das comunidades locais. 


A microfibra de nylon, resíduo encontrado em 95% das amostras, é um dos principais componentes das cordas utilizadas pelos pescadores na captura de peixes, que ingerem esse material de forma acidental.

Além de prejudicial ao meio ambiente, a pesquisadora esclarece que a presença de fragmentos plásticos nos organismos dos animais também oferece danos aos seres humanos. 

“À primeira vista, podemos pensar que este plástico não será negativo para os seres humanos, mas os plásticos trazem consigo produtos químicos, corantes, pesticidas e agrotóxicos”, explica Filla.

“Ao descartar de forma errada os resíduos plásticos, impactamos negativamente os ambientes aquáticos, os seres vivos que lá se encontram e o próprio ser humano.”

Para a autora, a pesquisa pode ajudar a fundamentar políticas públicas que tenham como objetivo a redução do consumo de plástico ou formas mais adequadas de descarte para esses materiais, por exemplo. 

“Cabe aos gestores ouvirem as comunidades, os cientistas e elaborarem normas condizentes com a realidade, de forma a diminuir os danos já causados”, argumenta Filla.

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