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Prefeito reage ao pedido da Atea de respeito ao Estado laico

Octaviani disse que associação
está prestando um 'desserviço'
O prefeito Everton Octaviani (foto), de Agudos (SP), afirmou que a Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) prestou um “desserviço” ao dar entrada no Ministério Público pedindo a retirada de mensagens religiosas espalhadas pela cidade.

“É lamentável uma associação se prestar a um desserviço desses com tanta coisa importante para a gente resolver no nosso país, no Estado e no município”, disse, de acordo com o site do Jornal da Cidade.

A argumentação de Octaviani é contraditória: se há coisa mais importante para se resolver, o próprio prefeito não deveria perder tempo lambuzando a cidade com proselitismo religioso, que, como se sabe, não resolve problema de deficiência na educação, por exemplo.

Além do mais, é da natureza da Atea defender a laicidade do Estado. O prefeito parece não ter entendido isso. Ele quer que a associação administre a cidade?

Octaviani também não sabe o que significa democracia, porque disse que as mensagens religiosas representam “a vontade da maioria da população”.

Alguém precisa explicar a Octaviani que democracia não quer dizer imposição da “vontade” da maioria sobre as minorias.

Além disso, está na Constituição que nenhuma instância de poder da República pode se envolver direta ou indiretamente com crença religiosa.

O Ministério Público notificou a prefeitura para que dê uma explicação. Octaviani disse esperar que o órgão tenha “bom senso”, se posicionando contra a representação da Atea.

Nos portais de entradas da cidade há frases como “Aqui Jesus Reina!”, “Deus te abençoe!” e “Deus o acompanhe!”.

Há também proselitismo cristão em caixa d’água, em um barranco em uma avenida e em caminhões de coleta de lixo e em outros veículos oficiais, além de um cruzeiro em uma vila.

A Atea quer, também, que Octaviani restitua aos cofres públicos o dinheiro gasto com as mensagens.

Em declaração ao jornal, Daniel Sottomaior, presidente da associação, lamentou haver no país displicência, inclusive do Judiciário, em relação ao “uso da coisa pública para a religião dos amigos do rei”.

“[Isso é tido] como natural.”

Com informação do JCNet.





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