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Ninguém cogita taxar as igrejas, apesar de rombo na economia

Só em 2011, as igrejas
tiveram 'faturamento'
de 20,6 bilhões
O governo de Dilma precisa desesperadamente de maior volume recursos para cobrir o rombo de seus gastos, o déficit público. Vem ai aumento de impostos para vários setores. O que significa que, como sempre, todos nós vamos arcar com o aumento de custos decorrente da incompetência governamental.

Há intenção de se tributar até heranças, mas ninguém, no governo e na oposição, cogita em acabar com a imunidade fiscal das igrejas, um setor cuja contabilidade é uma imensa caixa preta trancada a sete chaves e protegida pelo sigilo fiscal.

Em um país em que o conservadorismo religioso se mostra cada vez mais influente nas decisões do Executivo e do Congresso Nacional, não era mesmo de se esperar que o governo anunciasse do dia para a noite algum tipo de taxação que fizesse as igrejas contribuírem para debelar a crise.

Não seria agora que um governo, carente de apoio popular, ousaria contrariar a Igreja Católica e as evangélicas como a Assembleia de Deus e Universal, cujo poder mediático é de um canhão.

O que incomoda é que nem sequer a possibilidade de impor um tributo às igrejas está sendo aventada, diferentemente do que ocorreu em alguns países de uma Europa em crise.

Nem mesmo um deputado sem prestígio ousa dizer: “E se a gente suspendesse a imunidade fiscal das igrejas por um ano?” Ou: “E se houvesse uma taxação sobre o aumento de patrimônio das igrejas?”

Embora a imunidade fiscal às igrejas seja concedida à custa dos contribuintes, não há informação disponível sobre quanto os cofres públicos deixam de arrecadar, por exemplo, com Igreja Católica e com a Universal. Também não há nenhuma prestação consolidada de contas sobre o uso do dinheiro que fica com as igrejas em decorrência da imunidade.

O que existe são dados gerais que de vez enquanto saem na imprensa.

Em 2013, por exemplo, a Folha de S.Paulo informou que as igrejas evangélicas, católicas e demais arrecadaram em 2011 em dízimo, vendas e aplicações financeiras a quantia de R$ 20,6 bilhões, o que correspondeu, naquele ano, a metade do Orçamento de São Paulo, a cidade mais rica do Brasil. É muito dinheiro.

É preciso expor o conteúdo da caixa preta das igrejas não só por causa da crise da economia, mas também para combater a bandidagem de colarinho branco, mesmo que se tenha de mudar a lei do sigilo fiscal.

Recentemente, o desembargar Fausto Martin de Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, fez um comentário que passou despercebido: o crime organizado tem recorrido com frequência à imunidade tributária das igrejas para lavagem de dinheiro.

Nos próximos dias, o desembargador vai lançar em inglês o livro Churches, Temples, and Financial Crimes — A Judicial Perspective of the Abuse of Faith, o que, em tradução livre, significa “Igrejas, templos e crimes financeiros — Uma perspectiva judicial do abuso de fé”.

A Polícia Federal, que tem sido competente em levantar informações sobre os roubos bilionários na Petrobrás, bem que poderia dedicar alguma atenção a essa "lavanderia".

Com informação deste site.





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