Pular para o conteúdo principal

Oito incongruências da Bíblia sobre as quais pastor nunca fala


Livro sobre a rejeição
de Jesus aos gentios

O americano Richard Hagenston escreveu que deixou de ser pastor da Igreja Metodista porque omitia dos fiéis incongruências da Bíblia, pregando relatos bíblicos sobre os quais não acreditava.

Ele continua cristão, mas se tornou um crítico da religião, tanto que escreveu um livro sobre a expansão do cristianismo entre os gentios, embora Jesus tenha rejeitado a possibilidade de ter esse tipo de gente como seguidores. Sem tradução em português, o livro se chama Fabricating Faith: How Christianity Became a Religion Jesus Would Have Rejected.


Hagenston escreveu que, no convívio com seus colegas pastores, constatou que eles mantinham em segredos determinadas passagens bíblicas para que a Igreja não perdesse fiéis e, consequentemente, dízimo.

“Quanto a mim, resolvi o problema deixando o pastorado”, disse. Informou que, na época, recebeu parabéns de um colega que gostaria de fazer o mesmo, mas se via impossibilitado porque tinha sido treinado a vida toda para ser pastor. “Ele se sentia preso ao púlpito dizendo coisas nas quais não acredita mais, a fim de continuar obtendo o apoio de sua família”.

Hagenston escreveu para o site da Fundação Richard Dawkins um artigo destacando as oito incongruências bíblicas sobre as quais os pastores não falam aos fiéis. Abaixo, segue um resumo desses pontos.

1 – Apóstolos nunca falaram do nascimento virginal

A primeira menção ao nascimento de Jesus aparece nos versos da Carta de Paulo aos Romanos. Ele escreveu a carta depois de ter se encontrado com Pedro e outras pessoas que teriam conhecido pessoalmente não só Jesus, mas também a família dele.

Nessa conversa não há nenhuma referência ao suposto nascimento virginal de Jesus, o que é estranho por causa da excepcionalidade do caso.

Em vez disso, Paulo escreveu que Jesus “era descendente de David segundo a carne”e que ele foi declarado ser Filho de Deus somente após a sua ressurreição, não a partir do nascimento ou até mesmo antes. Diz Romano 1:4: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor, [...]”

O fato é que nem Paulo nem os apóstolos que conviveram com Jesus mostraram ter conhecimento das histórias da natividade em Mateus e Lucas que sugerem um nascimento virginal em Belém, local onde David teria vindo à luz.

2) Jesus disse que não queria ter gentios como seguidores

O cristianismo ter se tornado uma religião de gentios é uma ironia porque Jesus deixou claro que não pretendia oferecer nada a esse tipo de pessoas. Em Mateus 10:5 ele dá ordem firme aos doze apóstolos: “Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; [...]

Em Mateus 8:5-13 e em Lucas 7:2-14 Jesus cura o servo de um soldado romano, mas depois que este afirmou não ser digno da atenção dele. Também é possível que Jesus atendeu ao pedido do romano porque o servo era judeu.

Mateus 15:22-28 oferece outro exemplo do extremo desprezo de Jesus pelos gentios.


Trata-se do episódio da mulher, indiscutivelmente gentia, que pediu cura para sua filha. Jesus inicialmente a ignorou. Ela então persistiu com súplicas, enquanto os apóstolos tentavam silenciá-la. Eles pediram para Jesus a mandasse para casa. Quando a mulher se ajoelhou diante de Jesus, tornando-se impossível ignorá-la, ele argumentou que foi enviado [por Deus] para resgatar “as ovelhas perdidas da casa de Israel”. Em seguida, ele deixou claro que considerava o gentio não ser melhor do que um cão e que não era justo os cães receberem alimentos destinados às crianças. Só quando a mulher disse que os cães comem as migalhas da mesa dos seus donos é que Jesus a elogiou por sua fé e aceitou o pedido de cura.

Outra evidência de que Jesus sempre quis distância dos gentios vem do episódio em que, após sua morte, apóstolos resistiram ao esforço de Paulo de querer convertê-los.

O cristianismo se tornou uma religião de gentios por causa da pregação de Paulo. Jesus nunca quis falar aos gentios. Os ensinamentos dele sempre se destinaram aos judeus.

3 – Nos três primeiros evangelhos, Jesus diz a todos para não pensar nele como Deus

O Evangelho de João mostra Jesus dizendo que ele é divino - uma e outra vez. Mas em nenhum lugar nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, amplamente reconhecidos por terem sido escritos antes do de João (portanto, mais perto dos acontecimentos que descrevem) mostra Jesus com a pretensão de ser uma divindade.

Na verdade, todos esses três primeiros evangelhos mostram Jesus dizendo que ele nunca deve ser visto como Deus.

Em Marcos 10:18, Jesus diz: “Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus”.

Obviamente, ele se ofendeu com a simples interpretação de que pudesse ter o mesmo senso de justiça de Deus. Em Lucas 18:19 e Mateus 19:17 ele afirma a mesma coisa.

4) Relatos das aparições após a ressurreição têm diferenças irreconciliáveis

Os relatos nos evangelhos sobre as aparições de Jesus após sua ressurreição diferem substancialmente entre si, incluindo o local onde ele teria se mostrado aos seus apóstolos.

Os evangelhos de Mateus e Marcos afirmam que as aparições ocorreram na Galileia. No entanto, Lucas e o livro de Atos afirmam que Jesus apareceu apenas nas cercanias de Jerusalém.

Para aumentar a confusão, João sustenta que houve ao mesmo tempo aparição em ambas localidades: Galileia e Jerusalém. Mais um milagre de Jesus?

O desencontro de informações sobre as aparições de Jesus ressuscitado causa estranheza porque deveria haver um registro inquestionável por se tratar de eventos de grande importância.

5) Jesus foi contra oração pública

Aqueles que defendem a oração pública ou em locais em que a laicidade do Estado deveria ser respeitada, como as escolas mantidas pelo governo, parecem não conhecerem suficientemente a Bíblia.


Em Mateus 6, depois de afirmar ser contra a prática de piedade diante dos outros, Jesus diz: “[versículo 5] E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. [6] Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”.

Ou seja, para Jesus, até mesmo nos templos não se deve rezar em voz alta.

6) Alguns livros da Bíblia são falsificações

Algumas cartas atribuídas a Paulo provavelmente foram escritas por pessoas que mentiram sobre o que o apóstolo pregou. As maiores suspeitas sobre essas falsificações recaem sobre as chamadas epístolas pastorais, 1 e 2 de Timóteo, e Tito. Estudiosos da Bíblia argumenta que esses textos são diferentes do vocabulário, estilo e ensinamentos de Paulo e que, portanto, não poderiam ter sido escritos por ele.

Uma passagem polêmica é a de 1 Timóteo 2:11-15, onde Paulo teria escrito que as mulheres têm de ficar caladas no templo.

Em 1 Coríntios 14 há a mesma determinação atribuída a Paulo: “[versículo 34] “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. [35] E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”.

Contudo, essas passagens bíblicas destoam completamente dos ensinamentos de Paulo, como se elas tivessem sido colocadas na Bíblia posteriormente para validar a repressão às mulheres com a autoridade do apóstolo.

Esse suposto posicionamento de Paulo tem sido usado até hoje para justificar a não nomeação de mulheres para cargos de lideranças em algumas igrejas.

7) Partes da Bíblia foram escritas com intenção de haver discórdia entre si

A Bíblia tem muitas contradições, e alguma delas são claramente intencionais.

Um exemplo do Antigo Testamento é encontrado em Salmo 51, que foi escrito depois que a Babilônia destruiu Jerusalém e o templo que havia sido construído por Salomão, levando os habitantes da cidade para o exílio.

Uma vez que o templo não estava mais disponível para sacrifício, o autor do Salmo 51 oferece um conforto nos versos 16 e 17 dizendo que Deus nem sequer deseja sacrifício, mas apenas um coração contrito. Mas em seguida, em uma contradição claramente intencional, alguém que discordou acrescentou logo nos versículos 18 e 19 que Deus iria se deliciar com os sacrifícios que se seguiriam à reconstrução de Jerusalém.

No Novo Testamento, há um exemplo sobre a mensagem de João Batista.

Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas descrevem um episódio em que João Batista oferece um batismo em troca de perdão a pecados por intermédio do arrependimento. Mas, escrevendo mais tarde, o autor do Evangelho de João não gostou nada disso porque, para ele, o perdão só pode ser concedido através de sacrifício — o sacrifício de sangue do próprio Jesus.

Contradições como as no Salmo 51 e o que os evangelhos dizem sobre João Batista e outras do Antigo e Novo Testamento mostram que muito do que diz a Bíblia é um jogo de agendas de correntes de seguidores de Jesus as quais muitas vezes entram em conflito umas com as outras.

8) Apóstolos que viveram com Jesus não concordavam com Paulo

O apóstolo Paulo era um homem sob ataque por suas crenças. Em Gálatas 1: 6-9 , ele se queixa daqueles que pensavam que o seu evangelho estava errado e foram levando as pessoas a afastar-se do que ele havia ensinado.

Não querendo dar voz à oposição, Paulo não menciona as questões em disputa. Ele não assumiu nenhuma responsabilidade pelo surgimento dessa disputa ao afirmar, na mesma passagem de Gálatas, que mesmo o "anjo do céu" que ousar discordar dele deve ser condenado.

Quanto à identidade dos oponentes de Paulo, em 2 Coríntios 11:13 ele os chama de "falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo". Mas quem eram eles? Em 2 Coríntios 11: 5 , ele sarcasticamente faz referência aos "superapóstolos".

Naquele tempo, "superapóstolos" só podiam ser os apóstolos originais.

Isto leva a uma pergunta: os ensinamentos de Paulo se tornaram a base de fé cristã de hoje, mas Jesus teria aprovado essa religião que é proclamada em seu nome?

Com informação de texto do ex-pastor Richard Hagenston. A adaptação para o português foi feita por Paulopes. As transcrições bíblicas são da Bíblia Online.




O pouco que a Bíblia diz sobre a 'última ceia' é inconsistente

A responsabilidade dos comentários é de seus autores.


Post mais lidos nos últimos 7 dias

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Feliciano manda prender rapaz que o chamou de racista

Marcelo Pereira  foi colocado para fora pela polícia legislativa Na sessão de hoje da Comissão de Direitos Humanos e Minoria, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, mandou a polícia legislativa prender um manifestante por tê-lo chamado de racista sob a alegação de ter havido calúnia. Feliciano apontou o dedo para um rapaz: “Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”. Marcelo Régis Pereira, o manifestante, protestou: “Isso [a detenção] é porque sou negro. Eu sou negro”. Depois que Pereira foi retirado da sala, Feliciano disse aos manifestantes: “Podem espernear, fui eleito com o voto do povo”. O deputado não conseguiu dar prosseguimento à sessão por causa dos apitos e das palavras de ordem cos manifestantes, como “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”. Jovens evangélicos manifestaram apoio ao ...

Orkut tem viciados em profiles de gente morta

Uma das comunidades do Orkut que mais desperta interesse é a PGM ( Profile de Gente Morta). Neste momento em que escrevo, ela está com mais de 49 mil participantes e uma infinidade de tópicos. Cada tópico contém o endereço do profile (perfil) no Orkut de uma pessoa morta e, se possível, o motivo da morte. Apesar do elevado número de participantes, os mais ativos não passam de uma centena, como, aliás, ocorre com a maior parte das grandes comunidades do Orkut. Há uma turma que abastece a PGM de informações a partir de notícias do jornal. E há quem registre na comunidade a morte de parentes, amigos e conhecidos. Exemplo de um tópico: "[de] Giovanna † Moisés † Assassinato Ano passado fizemos faculdade juntos, e hoje ao ler o jornal descubri (sic) que ele foi assassinado pois tentou reagir ao assalto na loja em que era gerente. Tinha 22 anos...” Seguem os endereços do profile do Moisés e da namorada dele. Quando o tópico não tem o motivo da morte, há sempre alguém que ...

Limpem a boca para falar do Drauzio Varella, cristãos hipócritas!

Varella presta serviço que nenhum médico cristão quer fazer LUÍS CARLOS BALREIRA / opinião Eu meto o pau na Rede Globo desde o começo da década de 1990, quando tinha uma página dominical inteira no "Diário do Amazonas", em Manaus/AM. Sempre me declarei radicalmente a favor da pena de morte para estupradores, assassinos, pedófilos, etc. A maioria dos formadores de opinião covardes da grande mídia não toca na pena de morte, não discutem, nada. Os entrevistados de Sikera Júnior e Augusto Nunes, o povo cristão da rua, também não perdoam o transexual que Drauzio, um ateu, abraçou . Então que tipo de país de maioria cristã, tão propalada por Bolsonaro, é este. Bolsonaro é paradoxal porque fala que Jesus perdoa qualquer crime, base haver arrependimento Drauzio Varella é um médico e é ateu e parece ser muito mais cristão do que aqueles dois hipócritas.  Drauzio passou a vida toda cuidando de monstros. Eu jamais faria isso, porque sou ateu e a favor da pena de mor...

Rabino da Congregação Israelita Paulista é acusado de abusar de mulheres

Prefeito de São Paulo veta a lei que criou o Dia do Orgulho Heterossexual

Kassab inicialmente disse que lei não era homofóbica

Drauzio Varella afirma por que ateus despertam a ira de religiosos

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Pastor da Frente Parlamentar quer ser presidente do Brasil

Feliciano sabe das 'estratégias do diabo' contra um presidente cristão O pastor Marco Feliciano (foto), 41, do Ministério Tempo de Avivamento, disse sonhar com um Brasil que tenha um presidente da República que abra o programa “Voz do Brasil” dizendo: “Eu cumprimento o povo brasileiro com a paz do Senhor”.  Esse presidente seria ele próprio, conforme desejo que revelou no começo deste ano. Feliciano também é deputado federal pelo PSC-SP e destacado membro da Frente Parlamentar Evangélica. Neste final de semana, após um encontro com José Serra (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, Feliciano falou durante um culto sobre “as estratégias do diabo” para dificultar o governo de um "presidente cristão":  "A militância dos gays, a militância do povo que luta pelo aborto, a militância dos que querem descriminalizar as drogas". Como parlamentar, Feliciano se comporta como se o Brasil fosse um imenso templo evangélico. Ele é autor, entre outros, do p...