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Ex-bispo revela como Igreja dos Mórmons faz lavagem cerebral

'Enquanto os fiéis economizam, líderes da Igreja viajam de avião por todo o Brasil'


ANTONIO CARLOS POPINHALI

Quando era um bispo, muitas vezes, em conversas ou, como é comum dizer no meio mórmon, em entrevista com membros, sabia que [os entrevistados] estavam mentindo para mim, mas, como afirmavam que eram “verdadeiros santos”, eu nada podia fazer além do que o “Manual de Instrução” indicava.

Lembro-me de mulheres que apanhavam dos maridos, chegavam até mesmo com o olho roxo para a entrevista com o bispo, mas, como sempre, tinham medo e negavam tudo. Os maridos também negavam qualquer ato de violência contra suas “amadas esposas”.

Sem perceber que estava sendo manipulado mentalmente, fui levando a vida como membro d’A Igreja de Jesus Cristos dos Santos dos Últimos Dias por longos anos, como já disse em outras postagens anteriores, por cerca de uns dezoito anos.

Como bispo, recebia treinamentos de como lidar com o dinheiro da Igreja. Era aconselhado a não gastar o fundo de ofertas de jejum com ajuda aos membros que estavam passando necessidades, salvo em situações extremas, como em um caso de perigo de morte, por exemplo.

As instruções que eu deveria dar às pessoas, conforme o montante de suas dívidas, era de que deveriam vender os bens de dentro de suas casas. Uma televisão, ou o carro, caso possuíssem, depois deveriam procurar seus parentes e amigos e, por último, a Igreja.

'Era orientado a não
gastar dinheiro com
membros da Igreja'

Enquanto economizávamos, líderes da Igreja (setentas, Presidentes de Missões, Coordenadores do SEI) viajavam de avião de todos os cantos do Brasil e do mundo, hospedando-se em hotéis de luxo. Para os pobres nada, para os ricos, tudo. 

As reuniões dominicais eram lavagens cerebrais. Tinha uma que era realizada uma vez por mês, chamavam-na de “Reunião de Testemunhos”, dentro da Reunião Sacramental. Lá todos subiam no púlpito e diziam: “Eu sei que esta Igreja é verdadeira”.

Era uma verdadeira loucura! Pareciam todos hipnotizados, em verdadeiro transe. Robotizados! Era muito comum, ao findar quase todos os discursos ou mensagens, o membro dizer “Eu sei que Deus é nosso Pai, Jesus é nosso Salvador, esta é a Sua Igreja, Joseph Smith é o Profeta de Deus, Gordon B. Hinckley ou Thomas S. Monson é o atual Profeta de Deus”.

De tanto você escutar tais palavras, começa a acreditar e mesmo sem fazer sentido algum, começa a não querer questionar.

Sem contar que há em Curitibanos uma capela muito bonita. Como edifício que serve para abrigar uma igreja é a mais bonita e luxuosa da cidade. Entretanto, a organização Mórmon não faz nada pelo povo curitibanense. Não se envolve em assuntos da comunidade. Em assuntos sociais? Nada. Nenhum vínculo ou parceria com a prefeitura municipal, assistência social ou órgãos do Estado.

Aliás, esta era uma das minhas grandes preocupações com a Igreja. Ela está estabelecida no Brasil, tirando dinheiro dos brasileiros, mas por que não constroem escolas, universidades, creches, hospitais como outras organizações religiosas fazem? A resposta que eu ouvia era a seguinte: “A Igreja no Brasil não é autossuficiente”.

Não creio nessa afirmação, nem nunca acreditei nisso. Nunca foi mostrado para os membros uma prestação de contas do montante que a Igreja arrecada, no que gasta, onde e quando gasta.

Os templos são umas maiores ferramentas para arrecadar dinheiro para a Igreja Mórmon. Para entrar nos templos, os membros precisam pagar fielmente seus dízimos. Estão construindo mais alguns templos no Brasil, consequentemente, por essa linha de pensamento, deverão em breve entrar mais e mais dinheiro para os cofres da instituição.

Certo dia, após me convencer por completo do grande engodo em que estava metido e de ter gastado uma geração da minha vida nessa organização que não me trouxe bem algum, mas sim, raiva por ter sido enganado e por deixar-me enganar, pedi meu desligamento total e o da minha esposa e filhas.

No meu caso fui prontamente atendido, através de uma ação administrativa. Caso não fosse ou passasse por situações humilhantes como muitos dos casos expostos na internet atualmente, eu faria um escândalo e queria ver onde isso tudo iria parar.

A Igreja livrou-se de mim em seus registros. Mas eu nunca pude me livrar da igreja. Por isso escrevo nesse blog para alertar as pessoas a não caírem nesse engodo, tal como eu caí um dia.

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