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Pacientes de comunidade de Teresina só podem cantar música evangélica

Na comunidade, "música do mundo" não pode
Os pacientes da Oficina da Vida, uma comunidade de tratamento de dependentes químicos de Teresina (PI), só podem cantar músicas com letras evangélicas, conforme apurou o CFP (Conselho Federal de Psicologia), que acaba de divulgar um relatório sobre a situação de entidades de internação de usuários de drogas.

Criada por fiéis da Assembleia de Deus, a Oficina da Vida é mantida por um consórcio de igrejas evangélicas. Ela se mantém com doações, dinheiro do aluguel de um sítio e da ajuda do governo do Piauí.

O paciente que cantar música de Chico Buarque ou de Caetano Veloso, por exemplos, será punido com a suspensão por 15 dias do descanso de duas horas concedido após o almoço. Nesse caso, ele terá de dar continuidade às suas atividades, como capinagem.

Xarlles Pereira Cardoso, 32, coordenador terapêutico da Oficina da Vida, confirmou que só é permitido cantar músicas evangélicas. Isto porque, explicou, “as músicas do mundo” geralmente fazem apologia das drogas.

Relatório do CFP apontou, também, que os pacientes da comunidade são submetidos a outros castigos, como cavar buraco em terreno pedregoso. Cardoso negou. “Aqui não temos trabalho escravo.”

No relatório, há outras entidades religiosas cujo tratamento de dependentes químicos inclui castigos físicos, tortura psicológica, obrigação de seguir determinados credos, impedimento de comunicação com parentes, falta de alimentação e exposição a situações de humilhação.

Com informação da imprensa do Piauí.

Paciente do Lar Cristão que não segue regra de igreja fica sem comer.
novembro de 2011

Comentários

André Furtado disse…
Trocam uma droga por outra...
Bruno Nigro disse…
"Isto porque, explicou, 'as músicas do mundo' geralmente fazem apologia das drogas."

Nada de concorrência contra as drogas da teocracia.
Leandro Santiago disse…
Perae. Jesus, ao distribuir vinho, que contém álcool, foi preso por tráfico de drogas?
John Constantine disse…
Esses jesusolatras tem de ser punidos severamente na maxima extensao da lei, se tais denuncias se provarem verdadeiras. É muita falta de respeito para com os pacientes.
Acho que música evangélica pior que maconha.
Israel Chaves disse…
E depois os cretes vêm se vangloriar de que fazem "trabalho social" e "recuperam pessoas das drogas". É desse jeito que eles fazem?
Que orgulho, hein? Beleza de trabalho social.
Anônimo disse…
Parte disso é financiado com dinheiro público. O nosso.
Anônimo disse…
Já que aqui fala sobre droga, se eu fumasse maconha e fosse religioso eu iria buscar na lei este direito, póis afinal foi meu deus que fez a maconha e se foi ele que fez ninguém poderia me tirar o direito de fazer uso do mundo de meu deus e nem do meu livre arbitrio. Argumento .deus me deu o livre arbitrio, sim, deus criou a maconha , sim: então pronto meu direito de fumar maconha estaria garantido e se me proibissem estariam oprimindo minha liberdade religiosa.
Você poderia fazê-lo, inclusive, de forma muito fácil com uma religião já existente: o rastafarianismo. E ainda poderia recorrer a um mandado de segurança alegando racismo se isso fosse negado, visto que esta é uma religião "afro".
Jorge Gomes disse…
Desde sempre que crueldades são cometidas contra quem está sob o jugo de fanáticos religiosos. Em escolas e internatos para crianças pobres,hospitais psiquiátricos etc. Por outro lado louve-se o trabalho de pessoas de bem como Irmã Dulce que hoje atende a milhares de desafortunados. O problema é que para cada Irmã Dulce existem mil Malafaias e dez mil Valdomiros.

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.