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Mulheres de ambulatório da sexualidade não têm prazer

por Valéria Dias
da Agência USP

No Ambulatório de Sexualidade do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), cerca de 70% das mulheres encaminhadas ao setor apresentam falta de desejo sexual. O restante das pacientes com problemas de disfunção sexual que vão ao ambulatório apresenta vaginismo (contração dos músculos vaginais que muitas vezes impede a penetração) e dor durante a relação sexual.

De acordo com a coordenadora do ambulatório, a médica ginecologista Elsa Gay, a grande maioria dessas pacientes está no climatério, fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da mulher. Entretanto, a médica aponta a presença de mulheres jovens que também apresentam problemas ligados às disfunções sexuais.

Elsa conta que em 90% dos casos o problema é psicológico e não orgânico. “Drogas como antidepressivos podem até inibir o desejo sexual”, informa a especialista, acrescentando que não existe nenhuma medicação para aumentar a libido feminina que tenha sua eficácia comprovada cientificamente.

“Quando o sexo deixa de proporcionar prazer, é sinal de que algo está errado”, observa a ginecologista, lembrando que muitas vezes a mulher moderna deixa as preocupações diárias interferirem no relacionamento afetivo. “A correria, o estresse do trabalho e a preocupação com os filhos e com a casa são grandes vilões da sexualidade. Quando há crises no relacionamento, a mulher se fecha para a vida sexual”, aponta.

O tratamento é realizado por meio de terapia focada na sexualidade. Um grupo de 10 a 15 mulheres frequenta os encontros semanais, que duram entre uma hora e uma hora e meia, durante dois meses. A cada 8 semanas, um novo grupo de mulheres é formado.

A médica conta que muitas delas desconhecem o próprio corpo: não sabem, por exemplo, da importância do clitóris para a obtenção de prazer sexual. “Se a mulher se conhecer, saber como funciona, ela pode pedir ao parceiro para estimulá-la”, comenta. “Existem também algumas mulheres que sentem prazer com a estimulação do clitóris, mas sentem vergonha por isso”, completa.

Para Elza, é fundamental que a mulher conheça o próprio corpo e, inclusive, se olhe no espelho. A médica explica que uma das atividades da terapia é a mulher se olhar no espelho e ver quais são os seus pontos positivos, para que valorize esses pontos, aumentando assim a auto-estima. “Outro ‘exercício’ está ligado a prática de uma massagem, uma estimulação manual: “A mulher pensa que o homem só se interessa pela penetração, mas isso não é verdade. Ele também gosta de fazer coisas diferentes durante o sexo”, finaliza.

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