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Abujamra achava que religião é um dos males da humanidade


Irreverente diretor
de teatro, Abu era
ateu assumido
Em julho de 1997, alguém perguntou a Antonio Abujamra (foto) após ele ter gravado CDs sobre os signos do zodíaco: “Você é esotérico?”. Resposta: “Sou ateu”.

Ele explicou que tinha gravado os CDs dos signos como ator. Com fino humor, comparando-se a um dos melhores atores de todos os tempos ao dizer que fazia TV, teatro, cinema e discos, "da mesma forma que Lawrence Olivier."

Abujamra (ou Abu) nasceu no dia 15 de setembro de 1932 em Ourinhos (SP) e morreu em São Paulo em 28 de abril de 2015, vítima de um enfarte do miocárdio. Ele era formado em filosofia e jornalismo.

Em seu programa de entrevista “Provocações”, que a TV Cultura de São Paulo manteve até agora, por 15 anos, Abu dizia que o destino de todos era morrer com sofrimento, em um hospital, com sondas no nariz para reforçar a respiração. Mas o próprio Abu se livrou disso. Aparentemente, ele morreu dormindo.

Casado com Cibélia, a Belinha, deixou os filhos Alexandre e André e dois netos. Sua mulher morreu há cerca de um ano.

Irreverente, inconformado e pessimista, Abujamra criou a companhia teatral “Os Fodidos Privilegiados”. Dirigiu mais de 120 peças e só iniciou sua carreira de ator aos 55 anos. Atuou em duas telenovelas e em três peças. Gostava de poesias, principalmente de João Cabral de Melo Neto (“aprendi muito com ele”), Carlos Drummond e Fernando Pessoa.

Na TV Cultura, desde 2.000, entrevistou mais 500 pessoas.

Aos seus convidados, Abujamra perguntava quem fez mais mal à humanidade, se o sistema financeiro ou se a religião.

O próprio Abu nunca respondeu a essa pergunta, pelo menos no “Provocações”. Provavelmente, por seu ateu, para ele a religião foi mais danosa para civilização.

Abujamra foi um entrevistador que não gostava de dar entrevistas.

Uma das poucas entrevistas que concedeu foi em janeiro de 2012 ao jornal "Estado de S.Paulo".

Entre outras coisas, afirmou não ter esperança na juventude e em nada. “Odeio a esperança. A esperança já fudeu a América Latina e você vem me perguntar, aos 79 anos, se tenho esperança? Minhas esperança é que você não viesse aqui hoje. Era a única (risos).”

O repórter quis saber que legado ele ia deixar.

Resposta: “Nenhum. Ando na rua, vejo o nome de fulano de tal na placa, me pergunto quem será. Eu vou morrer, vai ter tabuleta na tabacaria, vai cair a tabuleta, vai cair o dono da rua, vai cair tudo. Não quero deixar nada”.

Com informações da Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e outras fontes, com foto de divulgação.


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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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