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Americana é do ‘Senhor Jesus’, diz placa de prefeito evangélico

Prefeito Chocolate e pastor
desprezam o Estado laico
Mais um prefeito evangélico usa seu mandato e espaço e recursos públicos para impor sua religião à população, passando por cima da Constituição que estabelece que o Estado brasileiro é laico.

Recentemente, acompanhado de um pastor, Paulo Sérgio Vieira Neves [na foto à esquerda), o Paulo Chocolate (PSC), prefeito interino de Americana (SP), inaugurou na avenida Antônio Pinto Duarte a placa “Essa cidade pertence ao Senhor Jesus Cristo”. (Pelo pelo português correto, no caso deveria ser “esta”, e não “essa”.)

Americana tem mais de 200 mil habitantes e fica a 126 km de São Paulo. O prefeito do mandato 2013-2016 teria de ser o empresário Diego de Nadai (PSDB), que foi afastado pela Justiça por causa de irregularidades nos gastos de sua campanha eleitoral.

Chocolate é fiel da Igreja Evangélica Assembleia de Deus — Ministério Belém. Também recentemente, ele assinou decreto permitindo que seguidores de sua igreja utilizem como estacionamento de carro um terreno público com área de 3.349 metros quadrados, próximo do templo. O terreno foi nivelado por máquinas da prefeitura. O local deveria ser uma praça para o uso de todos os cidadãos.

Prefeito cedeu
terreno público
a sua igreja
Chocolate disse que a placa com menção ao “Senhor Jesus” não fere a laicidade do Estado e que a prefeitura apenas segue exemplo do Rotary e da Maçonaria, que têm mensagem de boas-vindas na entrada da cidade. Mas essas duas entidades não têm cunho religioso, o que o prefeito finge desconhecer.

Ele falou que a colocação da placa é a realização de um compromisso político que assumiu quando ainda era vereador.

Além disso, “Sumaré tem [a placa evangélica], Campinas tem, Limeira, Nova Odessa e agora, graças a Deus, nós colocamos”.

Cláudio Araújo Pinho, professor de Direito Constitucional e Público da Fundação Dom Cabral, do Rio de Janeiro, disse que atitude como a do Chocolate está atrelada à cultura brasileira, mas que, mesmo assim, pode ser questionada na Justiça por privilegiar uma única religião.

Com informação do jornal Tododia e fotos de divulgação.





Estado laico no Brasil só existe no papel, afirma professora


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