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Por ser ateu, a maçonaria não me quer, nem eu a aceitaria

O deus da maçonaria é o G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo). É como se fosse um tipo de criacionismo


PAULO LOPES / memórias
jornalista, trabalhou na
Folha de S.Paulo, Diário Popular,
Abril e em outras publicações

Eu estava em um congraçamento de final de ano, à mesa com um vizinho de bairro.

A conversa corria solta, pulando de um assunto para outro, mais ou menos no ritmo em que se enchiam os copos de cerveja.

Até que, por iniciativa do meu vizinho, começamos a falar sobre a maçonaria.

Eu já suspeitava que ele fosse maçom e naquele momento passei a ter certeza. Sem entrar em detalhes, ele fala entusiasmado sobre as obras filantrópicas da organização.

Evitei críticas à maçonaria, não falando, por exemplo, que se trata de uma organização anacrônica e machista, que não faz sentido nos atuais dias. Reconheci que os maçons tiveram influência na história brasileira, como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Rui Barbosa e Castro Alves.

Esquadro e um compasso
do símbolo da maçonaria
sugere design inteligente

Em determinado momento, ele sugeriu que iria me convidar para se tornar maçom. Senti que ele estava me sondando.

Fui franco e direto: “Eu jamais seria maçom porque sou ateu”.

E o assunto à mesa mudou de novo, e o vizinho não ficou para a próxima rodada de cerveja.

Para ser maçom é preciso acreditar em Deus, ou, como é descrito por essa organização medieval, em G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo). Apesar disso, a maçonaria nunca se reconheceu como religião e aceita membros de variadas credos, menos ateus.

Sem contar que a loja Grande Oriente do Rio Grande do Sul chegou a pedir isenção de IPTU, concedido às igrejas. O STF negou.

Para mim, chamar Deus de "Grande Arquiteto do Universo” é evocação ao criacionismo.

Concluindo: a maçonaria não me quer, mas, se quisesse, eu não a aceitaria.

> Com ilustração do Google Imagem.

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