Pular para o conteúdo principal

Filme mostra a oposição da Igreja ao transplante de coração

Foto premiada mostra o primeiro
transplante feito na católica Polônia
A Igreja Católica e as sociedades mais religiosas fizeram forte oposição aos primeiros transplantes de coração. Esse fato que caiu no esquecimento é trazido agora à tona pelo filme espanhol “Deus”, cujo slogan é “Ninguém pode pará-lo, nem deuses nem homens”.

O filme conta a história real do primeiro transplante de coração feito em 1987 na Polônia, país católico, embora na época estivesse sob o regime comunista.

O cirurgião foi o polonês Zbigniew Religa, e o paciente, Tadeusz Żytkiewicz, que está vivo até hoje.[Foto acima.]

O jornal El País informou que “Deuses” mostra “a épica batalha científica que os médicos tiveram de travar contra a burocracia comunista e a moralidade de um país ultracatólico”.

Religa teve também de enfrentar o preconceito dos próprios pacientes e de sua família. Houve pacientes que temeram receber o coração de “bicha”. Alguns ficaram preocupados em receber o órgão de judeu e também houve quem não queria ter o coração de mulher.

Também houve acusação de que os médicos “matavam” alguém que estava internado em estado grave, tirando-lhe a chance de sobreviver, para poder fazer a experiência do transplante.

Como se sabe, a ciência acabou prevalecendo, salvando vidas com o transplante de coração e de outros órgãos, mas ainda há em alguns países a resistência da Igreja Católica ao transplante de coração.

O cirurgião Rafael Matesans, fundador na Espanha da Organização Nacional de Transplantes, disse que a cultura da morte é defendida pela Igreja Católica principalmente na Itália e Polônia.

“Fui por três anos conselheiro de transplantes em Toscana [cidade italiana] e lá é forte a pressão do Vaticano”, disse ele ao jornal El País. E isso, explicou, inviabilizou vários transplantes.

Por pressão da Igreja, na Itália um coração só pode ser usado após 20 minutos a partir da parada cardiorrespiratória do candidato a doador. Nesse tempo, o órgão pode sofrer degradações.

Em outros países, o tempo de observação do corpo do doador é bem menos. Na Espanha, por exemplo, é de cinco minutos.

Matesans afirmou que em países católicos existe a tendência de perpetuar a terapia de suporte à vida em doentes terminais.

Assim, disse, o que ocorre é a multiplicada da morte: morrem o paciente e aqueles que seriam beneficiados com o transplante de órgãos.

A foto acima, tirada após o transplante de coração feito por Religa, foi eleita pela National Geographic como uma das 100 melhores do seu acervo. Além do cirurgião, ela mostra o paciente na mesa de operação e, ao fundo, do lado direito, um auxiliar dormindo, de tão cansado que ficou.

Outra foto mais recente [ver abaixo] mostra o paciente Żytkiewicz com a imagem premiada. Ele sobreviveu ao cirurgião, que morreu de câncer por ser fumante.

Ainda não se sabe quando o filme estará em exibição no Brasil [ver trailer abaixo da foto]. Ele deve ser assistido por pelo menos dois motivos: incentivar a doação de órgãos e fortalecer a luta contra o retrocesso de pregações religiosas.

Żytkiewicz se mostra na foto do transporte;
o cirurgião 
Religa morreu de câncer


Trailer do filme 


Com informação de El País e fotos de divulgação.





Não grite 'assassina' à mulher que abortar por causa do zika

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

Ateu, Chico Anysio teve de enfrentar a ira de crentes

Sam Harris: não é Israel que explica as inclinações genocidas do Hamas. É a doutrina islâmica