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'O que me mete medo é a violência em nome de Jesus'


Mistura explosiva
 de política com fé

por Ruth de Aquino
para Época

Em nome da religião, da moral e dos bons costumes, foram cometidos na História crimes tenebrosos. Mesmo assim, a humanidade não aprende. Continua até a eleger fundamentalistas religiosos. A submissão a fanáticos de fala mansa, a mistura explosiva de política com fé num Estado laico, o discurso da verdade absoluta e a intolerância com outras crenças, tudo leva a algo perigoso: a censura. De pensamento, de expressão e de comportamento.

O Brasil vive um retrocesso travestido de “bom-mocismo”, um roteiro que induz ao autoritarismo.

Nem falo de política. Mas de cultura. Duas exposições provocaram histeria coletiva: a Queermuseu, em Porto Alegre, e a performance La bête, no MAM de São Paulo, com um artista e coreógrafo nu, inspirada nas esculturas Bichos, de Lygia Clark (1920-1988). Funcionários do MAM foram agredidos! Uma mostra foi fechada! A outra não virá para o MAR no Rio de Janeiro, só “para o fundo do mar”, segundo o prefeito Crivella!

Tempos sombrios, de nudez castigada e linchamentos estimulados.

[...]

Artistas não me metem medo. O que me aterroriza é a intolerância ampliada – que agride funcionários do MAM ou religiosos afro-brasileiros em nome de Jesus, quebrando terreiros. O que me mete medo é ter um prefeito que se comporta como pastor. Crivella se insurgiu contra o Carnaval prometendo dar o dinheiro do samba às creches. As creches estão à míngua. O que me mete medo é a Câmara dos Vereadores se transformar em templo de culto. O que me mete medo é Crivella mudar nomes das ruas numa das comunidades mais violentas da favela da Maré, para Rua Adoração, Travessa Monte Sião... Ou prometer “um banho de loja” na Rocinha. O que me mete medo é, no meio do caos carioca, Crivella entoar cânticos de louvor em programa religioso de TV à noite. O que é isso? Para muita gente, é falta de pudor.




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