Pular para o conteúdo principal

Nos EUA, acusados de estupro querem usar a Bíblia em defesa


por João Ozorio de Melo
para Consultor Jurídico

Quando o julgamento de Timothy Ciboro e Esten, pai e filho, começar nesta semana, a mesa da defesa terá apenas um livro: a Bíblia.

Timothy e Esten
teriam abusado de
criança por três anos
Na audiência preliminar na sexta-feira (20 de janeiro de 2017, o pai, acusado de estuprar a filha adotiva, e seu filho, acusado de estuprar a irmã adotiva, disseram à juíza Linda Jennings, de um tribunal de Toledo, Ohio, que querem usar a Bíblia em sua defesa (que eles mesmos irão fazer) porque esse é “o único livro que realmente importa”.

“Há uma grande quantidade de estratégias nas Escrituras. E eu uso essas estratégias para tudo o que faço na vida. É uma parte importante de tudo o que faço”, declarou o filho.

Ele e o pai disseram à juíza que não têm fé na lei dos homens e nas pessoas que a praticam.

De acordo com a acusação, o pai, 53, e o filho, 28, estupraram a criança por três anos (de 2012 a 2015). No último ano, eles a mantinham amarrada no porão da casa. Mas um dia, com 13 anos de idade, ela conseguiu escapar, quando os dois passaram o dia fora. A polícia a encontrou na estrada, com uma mochila e duas sacolas, pedindo ajuda.

Os dois foram presos em maio deste ano. A polícia disse ao jornal The Blade, de Toledo, que eles a alimentavam com restos de comida e a obrigavam a urinar em um balde com amônia. O pai também é acusado de estuprar a irmã mais nova da menina.

Além de estupro, eles são acusados de sequestro e de colocar a vida de uma criança em perigo. Isso significa muitos anos de prisão, o que levou a juíza a insistir que fossem representados por um advogado. Eles recusaram a oferta.

“Profissionais construíram o Titanic. Amadores construíram a arca”, eles disseram. Por isso, eles preferiam confiar em sua fé do que em qualquer profissional, incluindo advogados.

Mesmo assim, a juíza nomeou um advogado para acompanhá-los no julgamento, caso tenham alguma dúvida.

A juíza também permitiu a eles levar uma Bíblia para o tribunal do júri, mas advertiu-os que não poderão usá-la na inquirição de testemunhas. 

“É a opinião da corte que, embora a Bíblia seja muito importante, não é um livro jurídico que possa ser usado no tribunal do júri”, ela disse.

Os dois protestaram, porque era seu propósito confrontar as testemunhas “com a sagrada palavra de Deus”. 

Envio de correção.



Pastor é acusado de usar 'revelação divina' para estupro

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

Ateu, Chico Anysio teve de enfrentar a ira de crentes

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, está veiculando em 600 outdoors do Rio uma mensagem homofóbica: “Em favor da família e preservação da espécie. Deus fez macho e fêmea”. [reprodução acima] Talvez seja a primeira campanha de outdoor feita no país contra a homossexualidade. Ele disse que, com essa mensagem, pretende “despertar o povo de Deus para a gravidade” de projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional e em Assembleias Estaduais em favor dos homossexuais. Recentemente, ao comentar a proposta da legalização da união de pessoas do mesmo sexo, ele partiu para o deboche. Disse que, se é para chancelar o vale-tudo, que se coloque também na lei a relação sexual com animais e com cadáveres. Em seu site, o pastor escreveu que “não podemos ficar de braços cruzados diante desse quadro desafiador”. REAÇÃO - atualização em 9 de outubro de 2010 Cerca de 30 pessoas dos grupos Liberdade e Gay Atitude de São Gonçalo estão manchando os outdoor