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Anonymous acusa CloudFlare de abrigar sites do Estado Islâmico

Extremistas se financiam com
 todo tipo de atividades ilícitas 

por Gustavo Veiga
para Página/12

Os recursos com os quais o Estado Islâmico é financiado, desde a sua criação, são muito diversos. Petróleo, doações privadas, tráfico de obras de arte, sequestros extorsivos, tráfico de drogas, tráfico de mulheres, a cobrança de impostos nos territórios dominados pelo comércio de algodão, não importa qual for sua origem ilícita ou sua fachada de aparência legal. 

Os jihadistas utilizam caminhonetes Toyota de última geração, como se vê quando desfilam com seus fuzis kalashnikov elevados, e em sua cruzada virtual contra os infiéis se apoiam em companhias de Silicon Valley, segundo acabam de denunciar os ativistas e hackers de Anonymous. Estas situações fizeram com que as empresas suspeitas de vínculos com o Califado desmentissem qualquer relação.

CloudFlare, avaliada em um bilhão de dólares segundo a agência Bloomberg, é uma startup especializada na segurança e acessibilidade à internet, com base nos Estados Unidos. Em sua declaração de guerra virtual contra o terrorismo, Anonymous a destacou como suporte para várias páginas relacionadas ao Estado Islâmico.

Matthew Prince, seu CEO, respondeu que “abrigar sites vinculados ao Estado Islâmico não é de nenhuma utilidade para nós. Imagino que esta gente deve ter feito o pagamento com cartões de crédito roubados e esse é um ponto negativo para a empresa”. 

A CloudFlare foi acusada de proteger ao menos uns quarenta sites ligados aos jihadistas.

Algo semelhante ocorreu com a Toyota, montadora japonesa, no último mês de outubro. Seus modelos Hilux e Land Cruiser SUV costumam aparecer nas imagens triunfalistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Dezenas dessas 4X4 foram parar nas mãos do Estado Islâmico. Elas foram doadas por milionários sauditas ou qataris ou entregues pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e o governo britânico, afirma o Instituto Ron Paul para a Paz e a Prosperidade, fundado em 1970.

Como chegaram à região controlada pelo califado? Segundo o site espanhol Mil21, “as frotas fora de estrada Toyota, que proveem milhares de jihadistas, são descarregadas em portos da Turquia para o seu posterior envio a Síria e Iraque, através da fronteira turca. Assim que chegam ao porto, os veículos são postos em tendas, com as chaves colocadas e os tanques cheios, até que são recolhidos pelos islamistas”.

A mesma fonte destaca que “o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos chegou a pedir explicações à marca japonesa, tendo como resposta dos responsáveis da Toyota a de que eles sempre vendem a empresas de países legalmente estabelecidos e que não são responsáveis pelo fato de seus veículos, posteriormente, ser modificados para carregar armamento na parte traseira”.

Ed Lewis, diretor de política pública e comunicações da sucursal da Toyota em Washington, citado por ABC News, comentou: “É impossível para qualquer fabricante de automóveis controlar perfeitamente a forma como os veículos podem ser objeto de apropriação indevida, roubo ou revendidos por terceiros independentes”. Em 2014, a multinacional japonesa comercializou, só em países do Oriente Médio, cerca de 820.000 veículos.

Para além dos casos recentes de CloudFlare e Toyota, as fontes de financiamento do Estado Islâmico são diversificadas. A Rand Corporation, um think tank da Força Aérea dos Estados Unidos com poderosos interesses na indústria militar, sustenta que os islamistas arrecadaram, desde junho de 2014 – quando Mossul, a segunda cidade iraquiana caiu em seu poder –, 1,2 bilhão de dólares. A essa soma foram incorporados – segundo Rand – produtos de extorsões, sequestros, saques a bancos e a venda de petróleo.

Algo muito diferente pensa Daniel Estulin, um escritor indicado ao Pulitzer e ex-agente da contra-inteligência russa. Autor do recente livro sobre o tema, ‘Fora de Controle’, publicado por Planeta, disse que “os Estados Unidos e seus parceiros armam, financiam e protegem o Estado Islâmico” com o objetivo de controlar o Oriente Médio, a Ásia Central e o norte da África. 

Também detalha que “estamos diante de uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos para açoitar a região por meio do Estado Islâmico e de suas forças associadas, com a finalidade de acabar totalmente com a estabilidade e a capacidade da Síria, Iraque e Irã em coordenar qualquer ação militar, econômica ou política significativa”.

Na guerra de informação desatada por Anonymous contra o ISIS, os ativistas virtuais vazaram dados pessoais de seus integrantes e de empresas que lhes dariam cobertura. CloudFlare é a mais poderosa delas. Estima-se que suas ações serão cotadas na bolsa, em 2017. Entre seus maiores clientes estão Goldman Sachs Group e o Bank of America.

Com tradução é do Cepat.





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