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Evangélicos apedrejam garota de 11 anos, acusa candomblecista

Na internet, menina fez uma
campanha: "Visto o branco da
paz, sou do candomblé. E você?"
A candomblecista Kathia Coelho Maria Eduardo, 53, conhecida na sua religião como Vó Kathi, registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) na 38ª DP (Delegacia de Polícia) do Rio acusando um grupo de evangélicos de intolerância religiosa por ter atingindo com uma pedra a cabeça de Kailame Campos (foto), sua neta de 11 anos.

Kathia contou à polícia que ela, Kailame e outros parentes (todos vestidos de branco) foram xingados no domingo à noite por dois jovens evangélicos quando a família estava indo ao centro espiritualista da Vila da Penha.

“Sai Satanás, queima, vocês vão para o inferno”, gritaram os evangélicos, de acordo com a candomblecista.

“No começo, não demos importância, até que um pedregulho atingiu a cabeça de minha neta.”

Pelo relato da candomblecista, os evangélicos fugiram em um ônibus quando viram que a garota tinha ficado ferida.

Kathia disse que levou a neta ao um hospital para ser examinada. “Agora ela [a neta] está bem e já voltou a frequentar a escola — ela é estudiosa —, mas quando foi atingida na cabeça chegou a perder a memória.”

A menina, contudo, ficou traumatizada porque não quer mais se vestir de branco por temer uma nova agressão. "Vamos procurar apoio psicológico para ela", disse a avó.

Seguidores de religiões de matriz africana estão indignados com o ataque à garota.

A autônoma Yara Jambeiro, 49, do Barracão Inzo Ria Lembáum e responsável pela educação religiosa de Kailame, por exemplo, lamentou que a intolerância religiosa no Brasil não esteja poupando nem criança. “Que mundo é este em que estamos vivendo?”

"'Amai-vos uns aos outros, como vos amei', está escrito na Bíblia. Eles (os agressores) acham que são Deus, que o Deus deles é melhor que o nosso. Cada um tem sua religião, independentemente de ser budista, cristão, católico, candomblecista, judeu. Cada um tem que respeitar a religião do próximo. Não somos deus para julgar."

Ivanir dos Santos, presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, disse que esse caso não é isolado porque ataques físicos e verbais com motivação religiosa estão ocorrendo com frequência cada vez maior.

Menina disse que o ferimento
na cabeça não abalou sua fé
“É assustador que a vítima de agora seja uma criança”, disse.

Ele disse que a polícia precisa identificar os agressores de modo que a Justiça possa puni-los, firmando um exemplo de que a liberdade religiosa tem de ser respeitada.

Em uma foto que publicou na internet, a menina segura um cartaz que diz: 'Eu visto branco, branco da Sou do candomblé, e vc?' Ela disse que a pedrada não abalou a sua fé.

A polícia está verificando se a câmera do ônibus urbano no qual os evangélicos fugiram captou o rosto deles.
O B.O. enquadrou a lesão no artigo 20 da lei 7.716 (praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de religião).

José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Estado do Rio, disse que toda a polícia está empenhada em identificar os agressores.





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