Paulopes

Dá para acreditar? Pois foi isto mesmo que o austríaco Josef Fritzl (foto) disse: que ele não é monstro, embora, veja só, tenha mantido sua filha 24 anos presa em um porão de sua casa e com quem teve 7 filhos. De acordo com o advogado dele, Rudolf Mayer, Fritzl se considera normal porque, se assim não fosse, teria "matado a todos" (a sua filha Elisabeth e os filhos que ele teve com ela). Como ele é bonzinho, não é mesmo? Maria Berger, ministra austríaca da Justiça, comentou que as autoridades de Amstetten (a 130 quilômetros de Viena) foram ingênuas em acreditar nas histórias de Fritzl por tanto tempo, como a de que a sua filha Elisabeth tinha fugido de casa para aderir a uma seita. Se as autoridades foram ingênuas, e foram, o que dizer das pessoas próximas de Fritzl, como a mulher dele? > Caso do monstro incestuoso.

Ontem foi mais um dia de busca em vão pelo leão misterioso que está ou estaria rondando os moradores da zona rural de Bady Bassit, a 450 quilômetros de São Paulo. Misterioso porque ninguém o viu de perto, só de longe. E assim mesmo algumas das pessoas que viram o bicho não têm certeza de que se trata de um leão. Outras pessoas garantem ter ouvido o rugido do rei da selva. Foram encontradas pegadas, mas depois ficou comprovado que eram de humanos. As buscas prosseguem

Na tarde hoje, em entrevista coletiva, o promotor Francisco Cembranelli (foto), conforme já se esperava, denunciou o pai de Isabella,5, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Jatobá, pelo assassinato da menina. O jargão judicial, “denúncia” significa uma acusação formal do Ministério Público contra pessoa (ou pessoas) que, no juízo do promotor, tenha cometido crime, de modo que a Justiça decida ou não pela abertura de uma ação penal pública. Cembranelli anexou à denúncia pedido de prisão preventiva do casal, para garantir a ordem pública, impedir a fuga de Alexandre e de Anna e assegurar a aplicação da lei. No dia 29 de março, a menina Isabella foi espancada, esganada, asfixiada e jogada pela janela do 6º andar do apartamento do seu pai, no edifício London, zona norte de São Paulo, em um bairro de classe média. A partir de agora, com a denúncia feita, Alexandre e Anna passam da condição de indiciados (pela polícia) para a de acusados (pelo Ministério Público). Se for aberta uma

O governo cubano acabou de liberar à população a venda de celulares e de computadores (embora poucos tenham dinheiro para comprá-los), mas permitir que a blogueira Yoani Sánchez (foto) viaje a Madri para receber amanhã o prêmio Ortega e Gasset, na categoria Jornalismo Digital, já seria demais. Geração Y, o blog da Yoani, recebe mais de 1 milhão de visitas por mês. Principalmente de internautas de outros países, entre os quais de cubanos exilados, porque em Cuba poucos têm acesso à internet, só quem trabalha em faculdades ou em hotéis de turistas estrangeiros. O que incomoda o governo cubano é que Yoani, com textos bem-humorados, critica o regime país, a ditadura de Fidel Castro que hoje é administrada pelo seu irmão, o Raúl. (Fidel está doente e nas últimas semanas pouco se sabe dele.) Incomodo que aumentou recentemente quando a revista Times colocou Yoani na lista das cem pessoas mais influentes do mundo. Para os dirigentes de Cuba, foi mais uma provação do capitalismo. O j

O projeto já foi assinado pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e agora, se for aprovado pelo plenário, os parlamentares terão nova verba, o auxílio-funeral, no valor de R$ 16.500,00. A informação é da Folha. O texto do projeto abre brecha para que o novo auxílio seja estendido a ex-parlamentares. Veja só: os nobres deputados até na hora de sua morte querem tirar vantagem dos cofres públicos, embora recebam 15 salários de R$ 16.500 por ano, R$ 3.000,00 ao mês de auxílio-moradia, R$ 4.200,00 de cota postal e telefônica, R$ 60 mil mensais para contratação de assessores, R$ 15 mil por mês para manutenção de escritórios nos Estados e até R$ 17,6 mil para compra de passagens aéreas. > Citações sobre corrupção.

Furlan não quis falar com a imprensa Houve confusão hoje em uma escola municipal de Baureri, cidade da Grande São Paulo – fica a cerca de 30 quilômetros da capital De acordo com relato de pais, o secretário municipal Celso Furlan (foto) expulsou da escola sem aviso prévio 41 estudantes sob a acusação de serem bagunceiros, mas antes os reuniu em uma classe para chamá-los de “macacos” e que o lugar deles era na rua. O secretário não quis falar com a imprensa e por intermédio de assessores negou ter feito ofensas racistas. A diretora da escola, Myrian Rosa Campos, disse que por enquanto os alunos não foram expulsos e que se encontram suspensos por tempo indeterminado. A notícia foi parar no SPTV, da Globo; e os pais do alunos foram à Delegacia de Polícia para registrar Boletim de Ocorrência. O promotor de Justiça Marcos Lira vai investigar o caso. > Casos de racismo. > Casos de violência na escola.

Como já se estava fazendo piada com um leão que estaria na zona rural de Bady Bassist, a 450 quilômetros de São Paulo (havia gente dizendo que o animal tinha sido devorado pelo lobisomem ou se assustado com a mula sem cabeça), a polícia tinha suspendido a busca, mas teve de retomá-la. É que duas mulheres afirmam que viram a fera perto de um local de ordenha de vacas. “Era leão, tenho certeza”, disse Maria da Silva Souza. A sua vizinha, a Fátima Sebastião, também viu o animal. Se não acharem o bicho, ele vai ter de ser introduzido no folclore da região. > Cuidado, há um 'grande felino ' à solta!

Como há leitores que reclamam que baixei (ou “abaixei”, tanto faz) o nível do blog ao recorrer ao sensacionalismo (mas fazer o que se o caso Isabella e o do monstro austríaco me comoveram?), aproveito e-mail de Clayton Ávila Alves para mudar um pouco o assunto. Ele faz uma observação na gramática de um texto que transcrevi no blog: Ao cumprimentá-lo, faço referência à frase extraída do depoimento da mãe da menina Isabella Nardoni, Ana Carolina de Oliveira, publicado na matéria “Perícia tenta descobrir se roupa com sangue é do pai de Isabella” : “Na entrevista, a primeira que concede, Ana não acusou diretamente ninguém de ter assassinado a sua filha. Em momento algum ela cita o nome do ex-marido ou da atual mulher dele, a estudante de direito Anna Carolina Jatobá, 24.” Trata-se do equívoco que as gramáticas contemporâneas fazem, colocando o pronome algum para tornar frases negativas. O dito pronome tem valor negativo associado à negativa de reforço nenhum, que, na linguagem coloquial, n

Antes que fosse demitido, Antônio Dantas (foto), 69, coordenador do curso de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia), deixou o cargo. Decepcionado com a avaliação dos estudantes de medicina no Exame Nacional de Desempenho, do MEC, há uma semana Dantas tinha dito que “baiano tem QI baixo” e toca berimbau porque o instrumento só tem uma corda. “Se tivesse duas [cordas], não tocaria, por falta de neurônios”. Em nota divulgada no final de semana, o professor, que nasceu na Bahia, disse que foi mal interpretado pelos jornalistas, que quiseram saber de suas preferências musicais, um assunto pessoal que não tem nenhuma relação com o desempenho dos estudantes da universidade. Dias antes do afastamento, o professor tentou se reparar, mas se complicou mais. Afirmou que os baianos não têm vocação para medicina, mas para música, embora, acrescentou, não considere como música os ritmos de percussão da Bahia. Na nota, admitiu que tocar berimbau não é tão simples como pensava. Diss

Há padres na Polônia que acessam a internet para – veja só -- roubar trechos ou mesmo a íntegra de sermões de colegas. Não são dois, três casos. A prática disseminou-se tanto a ponto de a hierarquia da Igreja Católica da Polônia ter comunicado aos 28 mil padres do país que quem plagiar poderá ser multado e processado judicialmente e, em caso de condenação, pegar até três anos de cadeia. A informação saiu no jornal britânico The Guardian. A igreja publicou um livro com orientações sobre o que os padres deveriam ter aprendido no seminário: redação de sermões. Tem 150 páginas e custa o equivalente a R$ 20. Imagino que tem padre polonês que já fez pregação do oitavo mandamento com palavras roubadas de colegas. O oito mandamento, todo mundo sabe, é “não roubarás”. > Citações sobre preguiça.

Do Estadão.com: O atacante Ronaldo disse neste domingo, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, estar "completamente arrependido e envergonhado" do episódio que viveu no início da semana passada, em que se envolveu com três travestis. Ele ratificou que não usou drogas e que não percebeu que as "garotas de programa" não eram mulheres. Garantiu que é "completamente heterossexual". "Eu fiz uma grande besteira na minha vida pessoal. Todos nós estamos sujeitos a errar. Eu cometi o grande erro de buscar esse programa", disse, abatido, à apresentadora Patrícia Poeta. "Chorei muito." Com quinze minutos (após a edição), a entrevista - a primeira depois da confusão, que acabou na delegacia da Barra da Tijuca - foi gravada no sábado, na casa de veraneio da mãe do atacante do Milan, em Angra dos Reis, litoral Sul do Rio de Janeiro. > Caso do envolvimento do Ronaldo com travestis.

Do Elio Gaspari, da Folha: O professor Luciano Coutinho (foto) precisa tomar cuidado. As artes de Asmodeu fizeram com que, durante sua presidência, o BNDES passasse a freqüentar a banda podre do noticiário econômico com uma regularidade inédita nos últimos 30 anos. A Polícia Federal deteve um conselheiro do banco e associou três empréstimos aos interesses de um afilhado da Força Sindical. Coisa de R$ 520 milhões e comissões de R$ 10 milhões. Noutro nível, o banco cacifou com R$ 2,6 bilhões a fusão da Oi com a Brasil Telecom. Fez isso sem que o contubérnio esteja amparado pelas normas reguladoras da República. Noutro negócio, criou uma nova modalidade de crédito e deu à Vale um cheque especial de até R$ 7,3 bilhões. Até aí tudo bem, mas logo depois da liberação do ervanário, o secretário-executivo do BNDES foi trabalhar na Vale. Salvo o episódio policial, todos os outros fatos ocorreram com o conhecimento e o beneplácito do professor Coutinho. Pode-se argumentar que nos financiam

Mayer e Fritzl Até o pior dos criminosos tem direito a um advogado de defesa, claro. Até o monstro incestuoso Josef Fritzl, o austríaco que manteve sua filha Elisabeth presa no porão de sua casa por 24 anos e com ela teve 7 filhos. O advogado de defesa de Fritzl é Rudolf Mayer, um dos mais conhecidos na Áustria. Ao se inferir pelas suas declarações, ele pretende chocar um pouco mais o mundo, como se não bastasse a bestialidade do seu cliente. Pretende, de certa maneira, fazer com que a humanidade - do seu ponto de vista- seja rebaixada a vários patamares, até ao do Fritzl. Ele é do tipo de gosta de fazer gracinha. Veja só: o máximo que se permitiu a desabonar o seu cliente foi comparar a aparência dele com a do ator Jack Nicholson. Um sujeito de declarações inoportunas. Deveria ficar quieto, pelo menos quanto a comparações. Apresentando-se também como terapeuta, o advogado Mayer disse à imprensa alemã não estar “chocado” com o caso (como é possível?). Acrescentou que vai trabal

Os peritos divergem entre si sobre o sangue encontrado no carro Ford Ka de Alexandre Nardoni, pai de Isabella. A informação é da Folha. Para os peritos do Centro de Perícias, que fez o laudo sobre a cena do crime, as manchas de sangue são da menina, mas para o Centro de Exames e Análises de Pesquisas, que examinou o material, não dá para se chegar a nenhuma conclusão. A rigor, não há divergências, mas diferenças no foco de cada um dos centros. Um analisou todo o contexto do crime, a personalidade do pai e da madrasta (Anna Jatobá), a versão contada pelos dois, os atritos do casal etc. O Centro de Exames, como lhe cabia, restringiu-se a analisar os indícios de sangue e de outras substâncias. Nada muda o fato de que Isabella na noite do dia 29 de março foi espancada, esganada, asfixiada e jogada do 6º andar, pela janela do apartamento do seu pai. Ontem, o Jornal da Globo informou que, dos 23 itens submetidos a exame de DNA, “apenas” 12 foram identificados. Por que esse “apenas

Da Folha deste sábado, por Daniel Castro: O ministro das Comunicações, Hélio Costa (foto), levou a mulher, cinco assessores e os sogros a uma feira de televisão em Las Vegas (EUA), a NAB 2008, no mês passado. O ministro e os assessores tiveram suas despesas pagas pelo governo -foram R$ 83.500 em diárias e passagens. O governo enviou ainda um assessor técnico do Ministério do Desenvolvimento. O sogro, Silvério Galvão, e a sogra, Rhamanita Xavier, viajaram em um pacote promocional da Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão de São Paulo), a "sucursal paulista" da Abert (a associação nacional dos radiodifusores). Os pacotes eram exclusivos para emissoras de rádio e custaram cada um entre R$ 2.700 e R$ 4.000, segundo a Aesp. O ministro e seus assessores gastaram em média R$ 14 mil cada um com diárias e passagens. O pacote da Aesp dava direito a passagens de classe econômica pela Delta Airlines e cinco diárias (de 13 a 17 de abril) no hotel e cassino Planet Hol

Deu no Estadão: Soldados da Polícia Ambiental alertam, há três dias, os moradores da zona rural de Bady Bassit, a 450 quilômetros de São Paulo, sobre a possibilidade de serem atacados por um grande felino, possivelmente um leão, que começou a ser visto há 15 dias por trabalhadores rurais. Para a polícia, é possível que o leão tenha sido solto por donos de circo. Até a noite de ontem, o leão não foi localizado. SER ATACADO em uma chácara no interior paulista por um animal que tem como origem a África, Ásia e Europa é, como direi, mais um avanço da globalização. O jornal informa que se trata de um “grande felino”, “possivelmente um leão”. Presumo que quem viu o animal não se deteve para confirmar que bicho era, deu no pé rapidinho – o que fez muito bem. Afinal, vai saber quando tinha sido a última refeição do felino. Mas o repórter, algumas palavras depois, observe, decidiu que se trata de um leão. Então tá. Agora, falando sério: os pequenos circos descartam com freqüência leões e outr

O relatório final do inquérito da polícia sobre o assassinato de Isabella, 5, não se contém aos termos técnicos e protocolares e recorre a adjetivos para qualificar o pai e a madrasta da menina. Diz que Alexandre Nardoni foi “um homem inerte e abobalhado diante da fúria de Anna Carolina Jatobá, que asfixiava a pequena Isabella na sua presença”. Acusa Alexandre de covarde: "A menina Isabella foi ansiosa ao encontro do pai, que amava e admirava. Um pai capaz de atirar a filha pela janela de seu apartamento, preocupado em limpar o chão ao invés de socorrê-la e em encenar com sua esposa ao invés de chorar a morte da filha". Com 46 páginas e assinado pela delegada Renata Helena da Silva Pontes, o relatório afirma que o Alexandre e Anna mentiram à polícia para não assumir a autoria do crime. Pede a prisão preventiva dois para impedir que fujam e para garantir a ordem pública. A TV Globo teve acesso ao relatório e o noticiou em seus jornais de ontem. Na próxima semana, o

O engenheiro eletricista austríaco Josef Fritzl (foto), 73 anos, por 24 anos manteve em cativeiro a sua filha Elisabeth, 42, da qual abusava sexualmente. Ele teve com ela 7 filhos. Um deles morreu ao nascer e três ficaram no cativeiro com a mãe. Os outros três ele assumiu como, veja só, "filhos adotivos", sem que a sua mulher soubesse de quem na verdade se tratava Fritzl teria trabalhado na construção de uma usina no Brasil, na década de 70. O monstro confessou tudo à polícia (pelo menos se supõe), mas para mim neste caso alguns pontos ainda precisam ser aclarados. Custa-me aceitar, por exemplo, que durante tanto tempo a mulher de Fritzl, a Rosiemarie, não tinha desconfiado de nada. Fritzl dizia a sua mulher que a Elisabeth tinha fugido de casa por ter sido atraída por uma dessas seitas de malucos. Até aí, dá para acreditar. Mas por que Rosiemarie não procurou saber por conta própria do paradeiro da filha? Por que não procurou a polícia? Por que não enfrentou o autoritarismo

O Ministério Público encaminhou à Justiça pedido de proibição da Marcha da Maconha marcada para domingo em São Paulo. Surpresa: o pedido foi negado pela juíza Maria Fernanda Beli, com base no artigo 5º da Constituição, segundo o qual "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas em locais abertos ao público, independentemente de autorização...". >  Supremo libera por unanimidade a marcha da maconha. junho de 2011 Ou seja, a marcha está liberada, se a sentença da juíza não for anulada, porque o MP já recorreu da decisão por intermédio do “agravo de instrumento” (cuja fundamentação é a de que uma decisão judicial, ainda que provisória, pode causar lesão grave e de difícil reparação). A expectativa é que o MP acabe obtendo a proibição, a exemplo do que já conseguiu em cidades de outros Estados, como Salvador (BA) e João Pessoa (PB). Inicialmente, os organizadores da marcha previam que ela ocorreria em 10 capitais brasileiras. A marcha faz parte um movimento mun