Nos últimos dias, já morreram na Santa Casa de Belém (Pará), pelo menos 25 bebês. As primeiras 12 mortes ocorreram no fim de semana passado e os demais, entre segunda e terça, informa a Folha.
Um dos óbitos de terça foi de uma menina prematura. A avó da recém-nascida disse ao Jornal da Globo que não havia médico no hospital no momento do parto, no domingo.
"Quem deu atendimento foi uma estagiária e só depois é que chegou uma médica, mas aí o bebê já tinha nascido", falou a doméstica Elisabeth Oliveira Barros.
A Santa Casa não confirma o total das mortes, mas elas foram registradas no cemitério da cidade. A contagem pode ser ainda maior.
Embora o governo do Pará tenha afirmado que o número de mortes de bebês esteja dentro da média levantada por instituições internacionais, os óbitos na Santa Casa chegam a impressionar até funcionários do cemitério da cidade.
“Teve semana que chegou a ter 22 bebês da Santa Casa para enterrar aqui", disse o funcionário Laércio Santana ao repórter João Carlos Magalhães, da Folha.
O que está ocorrendo em Belém é uma “tragédia anunciada”, afirmou o promotor de Justiça Ernestino Pantoja. Em março, ele alertou para a precariedade do hospital. Faltam leitos, médicos e equipamentos e manutenção da limpeza.
Até a semana passada, os funcionários não se importavam com os gatos que apareciam nos corredores do hospital – era um jeito de combater a proliferação ali de ratos. A direção da Santa Casa e a governadora Ana Júlia Carepa (PT) esguivaram-se da imprensa ontem.
O promotor Pantoja estabeleceu o prazo de até segunda para que o hospital apresente os prontuários dos óbitos.
ATUALIZAÇÃO
Na manhã deste sábado, 28, a secretária estadual da Saúde, Laura Rosseti (foto), finalmente tomou coragem e falou à imprensa. Ela confirmou que em menos de uma semana morreram 20 bebês na Santa Casa de Misericórdia, cinco a menos, portanto, da contagem feita pela imprensa com informações de funcionários do cemitério da cidade. A dona Laura disse que oito dos bebês já teriam chegado mortos à Santa Casa.
Até onde se pode acredita nela, não sei, mas é óbvio que o Ministério da Saúde ou alguma entidade de credibilidade deveria apurar o que de fato está ocorrendo em Belém. Para médica Silvia Ibidi, chefe da neonatologia da Hospital Universitário da USP, as crianças que se encontram na Santa Casa deveriam ser isoladas e o local fechado, para uma limpeza geral.
A secretária Rosseti ao menos já admite o óbvio: que são precárias as condições de funcionamento da Santa Casa. Ela só não disse por que o governo nada fez, se foi avisado sobre a situação, e o que fará daqui por diante.
Isso significa o seguinte: os bebês vão continuar a morrer naquela macabra Santa Casa, que deveria ser fechada imediatamente.
Um dos óbitos de terça foi de uma menina prematura. A avó da recém-nascida disse ao Jornal da Globo que não havia médico no hospital no momento do parto, no domingo.
"Quem deu atendimento foi uma estagiária e só depois é que chegou uma médica, mas aí o bebê já tinha nascido", falou a doméstica Elisabeth Oliveira Barros.
A Santa Casa não confirma o total das mortes, mas elas foram registradas no cemitério da cidade. A contagem pode ser ainda maior.
Embora o governo do Pará tenha afirmado que o número de mortes de bebês esteja dentro da média levantada por instituições internacionais, os óbitos na Santa Casa chegam a impressionar até funcionários do cemitério da cidade.
“Teve semana que chegou a ter 22 bebês da Santa Casa para enterrar aqui", disse o funcionário Laércio Santana ao repórter João Carlos Magalhães, da Folha.
O que está ocorrendo em Belém é uma “tragédia anunciada”, afirmou o promotor de Justiça Ernestino Pantoja. Em março, ele alertou para a precariedade do hospital. Faltam leitos, médicos e equipamentos e manutenção da limpeza.
Até a semana passada, os funcionários não se importavam com os gatos que apareciam nos corredores do hospital – era um jeito de combater a proliferação ali de ratos. A direção da Santa Casa e a governadora Ana Júlia Carepa (PT) esguivaram-se da imprensa ontem.
O promotor Pantoja estabeleceu o prazo de até segunda para que o hospital apresente os prontuários dos óbitos.
COMENTO
O que está havendo em Belém é um crime que, como tantos, ficará impune.
ATUALIZAÇÃO
Na manhã deste sábado, 28, a secretária estadual da Saúde, Laura Rosseti (foto), finalmente tomou coragem e falou à imprensa. Ela confirmou que em menos de uma semana morreram 20 bebês na Santa Casa de Misericórdia, cinco a menos, portanto, da contagem feita pela imprensa com informações de funcionários do cemitério da cidade. A dona Laura disse que oito dos bebês já teriam chegado mortos à Santa Casa.
Até onde se pode acredita nela, não sei, mas é óbvio que o Ministério da Saúde ou alguma entidade de credibilidade deveria apurar o que de fato está ocorrendo em Belém. Para médica Silvia Ibidi, chefe da neonatologia da Hospital Universitário da USP, as crianças que se encontram na Santa Casa deveriam ser isoladas e o local fechado, para uma limpeza geral.
A secretária Rosseti ao menos já admite o óbvio: que são precárias as condições de funcionamento da Santa Casa. Ela só não disse por que o governo nada fez, se foi avisado sobre a situação, e o que fará daqui por diante.
Isso significa o seguinte: os bebês vão continuar a morrer naquela macabra Santa Casa, que deveria ser fechada imediatamente.
ATUALIZAÇÃO
O Ministério Público do Pará afastou Anselmo Bentes da direção da Santa Casa de Misericórdia. O hospital está sob intervenção. Agora, a sua administração é de responsabilidade de uma comissão formada por médicos e engenheiros. A informação é da Globo News.
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